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O devorador de mentes

Iniciado por Luana_Cross, 07/01/2014 às 16:40

07/01/2014 às 16:40 Última edição: 09/01/2014 às 20:34 por ecross
Um conto/serie meu que provavelmente irá servir como base para um futuro jogo de horror.



Quando uma luz misteriosa acaba provocando um trágico acidente , Arthur se vê envolvido com uma obscura entidade ou criatura capaz de controlar e absorver a memoria e o corpo de suas vitimas. O estranho monstro tem planos maiores do que a morte, mas o nascimento de um novo Deus.


Capitulo 1: Uma misteriosa luz no horizonte.
Spoiler

O vidro estava começando a ficar embaçado devido ao frio. A mulher pegou um pequeno pano em sua bolsa e começou a passar sobre a superfície fazendo movimentos circulatórios, até avistar sua própria imagem na superfície lisa, girou o corpo para o homem que estava no volante e falou.

- Dá próxima vez, vamos colocar ar condicionado aqui.
- Sim, eu também acho... Devia ter comprado o modelo completo, para evitar esse tipo de coisa.

O homem passou a mão em seu rosto, rapidamente como se estivesse segurando o próprio semblante de cansado, olhou para o relógio no punho direito que marcava exatamente duas e trinta e seis da madrugada, voltou a se fixar na direção e falou.

- Ainda temos muito pela frente, mesmo querendo cortar caminho, acho que não vamos chegar para o café da manhã, devíamos ter evitador sair em cima da hora.

Não ouviu nenhuma resposta como apoio, ficou em silencio por alguns segundos olhando para frente, achou estranho sua mulher não responder já que costumava falar bastante durante a viagem, principalmente sobre problemas de horário.Olhou para a direita como se estivesse procurando ela.

-Amor... O que foi?

A mulher estava fixada no vidro como se estivesse olhando um filme, seu corpo estava totalmente virado para a porta, como estava de costas não era possível ver seu rosto, mas a situação era de vislumbre.Com a voz um pouco estarrecida, com os olhos ainda fixados no vidro falou.

- Você está vendo isso?

O homem franzindo a testa e estranhando a frase.

- Vendo o que?

Ela virou a cabeça procurando ele com o olhar, com um semblante um pouco assustada e ao mesmo tempo fascinada, como se quisesse que ele o acompanha-se em seu vislumbre pela janela. Falou como se estivesse apresentando alguém.

- Olha aquilo...

A dúvida tomou conta do homem, que dessa vez decidiu acompanhar sua mulher no vislumbre pela janela, inclinou a cabeça um pouco a frente traçando um linha sobre o dedo apontado da mulher para janela, balançou a cabeça como se estivesse fixando uma mira em um alvo, quando finalmente seus olhos viram o objeto que ela tanto falava.

Era um noite bonita, a lua iluminava os campos enquanto as estrelas pareciam dançar em volta, não havia nenhum sinal de nuvens ou tempestade, apesar disso um vento frio ecoava diante dos vastos campos verdes da estrada, as pradarias se tornavam horizontes distantes devido a escuridão que tomava conta. Não havia nenhum sinal de vida, nenhuma casa ou estrutura humana, apenas algumas pequenas arvores perdidas em meio aos campos que estabeleciam as referencias do lugar.

Ao fundo uma forte luz parecia iluminar tudo, transformando o negro em ouro. Era tão forte que parecia o nascer de um anjo, era uma coisa divina, já que a sua intensidade não parecia com coisa alguma que eles já tinham visto antes. Um fascinou tomou conta dos dois, era quase como se aquilo exercesse um efeito hipnótico sobre eles.

A luz aumentava em uma intensidade gradual, mas seus raios perpetuavam como o nascer do sol, mas de uma maneira diferente, como se estivessem concentrados em um só lugar.

O homem soltou levemente a voz, como se estivesse presenciando um milagre.

- Meu deus...

Seu pescoço girava levemente, como se fosse um eixo sobre ele mesmo apontado para o fenômeno no campo, seus olhos forçavam a vista buscando descobrir o ponto central daquela luz hipnótica, que não emitia nenhum som, parecia não afetar nada em volta, era um organismo estranho retido ali. Antes que que pudesse  se desligar de tudo aquilo, e do estranho fenômeno se apagar no horizonte, viu algo totalmente estranho.

Uma silhueta se desenhava diante daquela coisa, tinha uma anatomia humana, pernas longas, braços finos, mas devido a distancia não era possível continuar ver o resto. No ultimo instante de lampejo de esperança, ele forçou os olhos para tentar definir a luz e buscar alguma resposta, encontrar um motivo, já que era injusto  para ele presenciar aquilo e sair sem ter estabelecido uma conclusão, algo que pudesse lhe dar confiança e concordar com suas próprias crenças céticas sobre o mundo. Mas o efeito foi o contrario...

Uma voz penetrou em sua mente, era como se o tempo estivesse parado, e a luz tivesse tomado conta de tudo, ele sentiu seu corpo se desvairar, perdeu a noção de tempo, espaço e identidade não sabia mais quem ele era por um instante, um som estranho penetrava em sua mente semelhante aquelas transmissões antigas de radio, ele tinha se tornado disforme.

Mas essa sensação foi levemente sendo perdida na medida em que a luz se apagava gradualmente em micro-segundos no horizonte, foi voltando a sí, tomando consciência do lugar, do seu corpo e sua identidade. O tempo e espaço parecia engrenar novamente.

Quando finalmente tomou conta da situação em sí, ele avistou sua mulher olhando desesperadamente para frente, gritando e gritando, com as mãos no cabelo totalmente desesperada.A sua voz que no começo parecia distante, ganhava volume e forma. Uma buzina foi ouvida, mas era tarde demais...

O carro rodopiou na estrada, fazendo círculos de pneus na rua, um som alto de ferro comprimido ganhou proporções por todo o lugar. Um corte ao vento era feito na medida em que o carro girava e se comprimia devido ao impacto. Partículas saltavam por toda parte, seguindo o curso natural da física.

Fechou os olhos na esperança de continuar vivendo, agarrado fortemente ao volante, como um animal faminto segurança o ultimo alimento que lhe resta. Seu corpo pulou, como se fosse feito de elástico, mas nesse momento tanto a batida como o impacto pareciam estar parado no tempo. Os objetos se moviam diante dele, como se  a realidade tivesse sendo reduzida, o mundo ficava mais compactado. Sua cabeça bateu o centro do volante, fazendo perder a consciência.

Abriu os olhos levemente, como se estivesse tomando consciência da situação gradualmente. Olhou para a frente, vendo o para-brisa trincado, as luzes do carro piscando e o som de silencio da noite perpetuando a sua volta. Um mau cheiro vindo do óleo queimado tinha impregnado seu corpo.Tomou folego respirou fundo e soltou o ar como se estivesse agradecendo por estar vivo em um leve sorriso de felicidade. Percebeu gotículas de sangue caindo sobre sua perna, botou a mão na testa e notou um corte aparentemente superficial. 

Foi quando virou o pescoço para o lado direito procurando sua mulher, em um grande desespero mas ao mesmo tempo esperançoso pela vida e que eles pudessem comemorar a vitoria sobre a morte juntos. Foi quando estremeceu com o que viu.

O banco dela estava vazio, não tinha sangue, mas também nenhum vestígio de vida, o para-brisa apesar de trincado não fora quebrado. Um sentimento de medo e desespero tomou conta do homem.
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Capitulo 2: Quando falei que te amo.
Spoiler
Arthur sempre foi um homem disciplinado e muito inteligente, pulou 2 anos no ensino fundamental e mais tarde ganhou uma bolsa para a faculdade. Apesar das conquistas acadêmicas, ele sempre se sentiu sozinho e solitário, principalmente quando se pegava olhando para seu vasto currículo. Desde cedo em função das notas altas que costumava tirar na escola, sempre ouviu dos seus pais sobre o futuro brilhante que teria pela frente.

Infelizmente as coisas não seguiram bem esse rumo, Arthur desistiu de uma bolsa de mestrado em uma prestigiada faculdade americana, decidiu ficar no brasil ao lado de sua mulher que estava impossibilitada de deixar o pais.Era hora de deixar de lado a ciência, e começar a pensar na sua vida pessoal, mesmo que para isso certos sacrifícios deviam ser feitos, já que ele tinha certeza que ela era a mulher de sua vida.

Mesmo deixando de lado a ciência, ela não costumava ficar muito tempo longe dele. Naquela tarde o telefone tocou, seu amigo do litoral estava estarrecido, tinha conseguido encaixar Arthur em uma palestra sobre biotecnologia em organismos geneticamente modificados, na qual era a especialidade dele. A grana estava curta, ele precisava dela, não pensou duas vezes e aceitou.

Consultou todas as linhas telefônicas e não achou nenhum ônibus naquele horário que precisava muito menos passagem de avião, chegou a conclusão que teria que ir de carro mesmo, apesar do veiculo estar fazendo um barulho estranho, há alguns dias, sinal de desleixo e que tinha que levar o automóvel para uma revisão urgente.

Ligou para a mulher logo depois de tomar a decisão. Era hora de fazer as malas, já que a viajem seria longa e cansativa. Quando ela chegou em casa depois do trabalho, viu Arthur com toda a bagagem pronta e um sorriso no rosto. Falar sobre o seu trabalho, sua antiga pesquisa na faculdade era algo que fazia ele revigorar as energias. Era como se Arthur voltasse no tempo, quando tinha apenas olhos para a ciência e nada mais. Deu um passo a frente, beijando sua esposa como sinal de despedida e movendo seu corpo em direção á porta.

- Não posso deixar você ir sozinho. Falou ela num tom estridente e ao mesmo tempo com a mão repreendendo sua saída.

- Vou estar de volta em 2 dias, não se preocupe, o Rafael me ligou e falou que estão precisando de mim num congresso para uma palestra, como eu contei no telefone...

A mulher moveu a cabeça , lançando um olhar duvidoso sobre Arthur, mexeu na ponta do seu longo cabelo negro, enrolando ele entre seus dedos delicados e sua unha pintada de vermelho, olhando para o chão como se estivesse pronta para dizer alguma coisa, mas o mesmo tempo indecisa. Ergueu rapidamente a cabeça fixando o olhar para Arthur prestes a chorar.

- Eu vou com você, Arthur, não posso ficar aqui sozinha. E num pulou ela saltou sobre seus braços, apertando seu peito e se entregando a ele. Abraçou-o fortemente, como se quisesse fazer parte de sua alma. Lagrimas começaram a sair de seus olhos, percorrendo todo aquele rosto confuso. Chegou perto do seu ouvido suavemente e movendo seus lábios vermelhos lentamente, quando proferiu as seguintes palavras.

- Eu estou Gravida.

Arthur ficou paralisado nesse mesmo instante. Sentimentos  confusos tomaram conta do seu corpo. A palavra pai começou a tomar forma, junto ao amor que sentia por aquela mulher. Não sabia se sorria, chorava ou pulava de alegria, e nesse misto conflitante de emoção falou.

- Eu te amo Vanessa.

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Capitulo 3: Procurando motivos.
Spoiler
Ele pulsou seu corpo com toda força que lhe restava. Em meio aos estilhaços de vidro e sangue, Arthur entrou em desespero, começou a se mexer como um cachorro louco, querendo fugir daquela situação.Nem se deu conta que o sinto estava preso ao seu corpo e impedindo ele de sair daquele lugar. Havia vários cortes por todo seu corpo, braços, pernas, tórax, felizmente tudo indicava que eram ferimentos superficiais, mas mesmo que não indicassem gravidade, ardiam como se espadas entrassem e saiam do seu corpo a todo momento.

Ele rapidamente tentou retirar o sinto que o prendia naquele lugar, mas seu corpo tremia tanto que o objeto parecia escorregar e dançar sobre seus dedos. Quanto mais ele tentava mais parecia que tudo iria desabar, Arthur sentiu que iria morrer se ficasse ali, e esse sentimento se confundia com o alivio de ter sobrevivido. Tudo estava em conflito com ele naquele momento, as lagrimas que caiam se confundiam com as gotas de sangue que pingavam dos cortes de suas mãos.

Quando finalmente conseguiu colocar o pé para fora do carro, sentiu pela primeira vez na vida, o privilegio de viver e sentir as coisas, nunca ficou tão feliz por sentir a leve brisa que cobria aquele estrada escura. Era  o premio por ter escapado da morte.Quando saiu totalmente do carro, finalmente pode presenciar a magnitude do acidente. A parte da frente estava totalmente destruída, havia partes da lataria jogadas por todo o lugar, era como se o automóvel tivesse se tornado  uma estrutura retorcida de metal e carne, como um monstro aterrorizante. Apesar disso, não havia espaço para pensar na perda financeira do acidente, apenas uma coisa latejava na cabeça de Arthur: Vanessa!!

Arthur correu poucos metros a frente, gritando e balbuciando o nome Vanessa varias vezes, nunca antes ele tinha estado como nessa noite, parecia uma criança perdida e desesperada. O choro logo lhe tomou as forças, onde ele acabou caindo em cima de uma terra bruta, com pequenas pedrinhas que mais pareciam agulhas entrando em seus braços. Apesar da dor intensa que passava pelo corpo, ela acabou cedendo lugar ao grande sofrimento psicológico da perda de sua amada. Nada mais importava, tudo era vazio naquele momento.

Logo um silencio tomou conta da situação, Arthur apenas escutava o vento passeando pelos grandes campos ao redor da estrada desértica. A lua parecia condicionar e orquestrar uma sinfonia com o movimento da grama e dos arbustos. A escuridão estremecia e e tudo parecia se perder no horizonte sombrio. O tom era desolador e frio. A palavra morte começava a tomar forma na sua mente. Quando finalmente a razão lutou e surgiu diante dos pensamentos de Arthur.

Ao mesmo tempo em que sentia desespero e tristeza por não encontrar Vanessa,  a situação também servia de alivio para algo pior. Ele tinha medo de seguir em frente e encontrar seu corpo,  seu sangue derramado e o fim de sua família, mas ao mesmo tempo não encontrar o corpo podia significar que ela tinha sobrevivido como ele. A escurirão era dúbia, por que cegava a realidade, mas aumentava seu desespero. Por fim Arthur levantou e falou para si mesmo na tentativa de suprir toda aquela dor.

- E se ela acordou antes de mim e saiu para buscar ajuda, é isso só pode ser isso.. é isso. Vozes internas brotavam do seu inconsciente para concordar com sua teoria, tentava a todo custo afastar pensamentos que podiam indicar morte ou solidão, tentando substituir por esperança e vida. Ele também não sabia quanto tempo tinha ficado inconsciente, podia ter sido por minutos, por horas. Levantou o braço direito como se fosse confirmar sua teoria, viu o relógio marcando  duas e quarenta, mas a tela estava totalmente trincada e não havia nenhum movimento dos ponteiros do objetos, era certeza que o objeto estava quebrado.

Por alguns instantes, Arthur parou de tremer, tomou controle novamente da sua respiração, e o desespero logo cedeu espaço para a dor física que emanava dos seus ferimentos. A palavra morte parecia sumir cada vez mais de sua mente, na medida em que imaginava Vanessa voltando com ajuda. Ele olhou rapidamente para o horizonte em direção aquela estranha luz, que o tinha distraído.Seu semblante era raiva, como se o culpado por isso tivesse sido aquele estranho fenômeno.

Mas era inútil, não haviam nenhum vestígio daquela luz misteriosa, apenas o solitário campo tomado pela escuridão. Era como se ela nunca tivesse existido e tudo não passado de uma grande ilusão da cabeça de Arthur.Nesse momento ele sentiu o peso da solidão, como se o vento frio o estivesse empurrando de um abismo profundo, e a loucura o consumindo.

Rapidamente essa sensação foi substituída pela preocupação do outro automóvel que tinha colidido. Lançou olhares contra a pista desértica e avistou um feixe de luz saindo do fundo de uma pequena ribanceira próximo a estrada.Correu rapidamente, tomado pelo medo e de encarrar de frente as consequências do acidente, avistou a traseira do automóvel que obviamente era o carro que tinha batido.A luz do farol piscava como um chamado a ser seguido.

O desespero tomou conta.
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Capitulo 4: Seguindo em frente.
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Naquele momento o pensamento de Arthur se dividia entre fugir daquele lugar ou continuar em frente. Seu coração batia tão rápido que a qualquer momento parecia pular para forra do peito. A culpa então começou a tomar forma, e pensamentos trágicos desenharam uma situação em sua mente.

- E se eu matei alguém?... Aquilo era inaceitável, como alguém de caráter tão ímpeto chegou a fazer isso? Não havia mais volta, a vida toda de Arthur estava arruinada, teria que passar um bom tempo na prisão, talvez nunca mais voltasse a ver novamente Vanessa e muito menos seu filho. Aquilo era impensável. O pessimismo que fazia parte do seu caráter agora ganhava assas e voava da forma mais livre possível, dominando todos os aspectos de sua personalidade.

Mas apesar de tudo, ele era um homem de princípios e fugir daquela situação, era como se entregar totalmente a culpa e o remorso perpetuo. Ele e não podia fazer isso!!

Começou a seguir em frente em direção a porta do veiculo, tentando manter viva a esperança de liberdade. Mas ele sabia que a coragem repentina brotava do seu medo de perder tudo e principalmente da covardia de observar por completo as consequências da situação. Arthur tinha que aceitar seu destino.

Felizmente ele teve uma segunda chance. Havia uma moça jovem de cabelos dourados sobre o volante, a cabeça estava sobreposta sobre o mesmo, enquanto seu corpo estava virado e inclinado para a direita. Era uma mulher muito linda, apesar dos pequenos cortes em seu rosto, refletia uma expressão angelical e delicada, sobrepondo o cenário de sangue, vidro quebrado e ferro retorcido ao seu redor. Era como se estivesse dormindo e ao mesmo tempo velejando em um lindo sonho longe do lugar macabro.

Arthur logo percebeu que ela estava respirando e, portanto viva. Fechou os olhos rapidamente simbolizando um gesto de comemoração e alivio e ganhou mais força para seguir em frente, andou alguns poucos metros e perto da janela falou baixinho procurando vida.

- Hey moça, você está bem?

Ela não demonstrou nenhum movimento, parecia uma pedra de tão rígida. Era como se o som da voz de Arthur nem sequer tivessem chegado aos ouvidas dela.

Isso o preocupou, e aquela sensação de liberdade começou a se distorcer, o semblante de Arthur foi mudando gradualmente expressando ansiedade e tristeza. A sorte nunca foi muito presente em sua vida, ainda mais quando ele dependia completamente dela.

Seus dedos tocaram o ombro dela, como se estivesse reanimando e exercendo algum tipo de poder. Ela tinha que acordar e olhar nos seus olhos e dizer que estava tudo bem, caso contrario Arthur não sabia o que iria acontecer. Quem sabe era hora de considerar a possibilidade de fuga.

Então quando menos esperou, a moça estava com a cabeça levantada e olhando a frente parecendo que tinha voltando à vida e retornado de algum lugar distante. Foi uma reação rápida e inesperada, um reflexo condicionado pelo destino. Ela olhou profundamente Arthur em seus olhos, permaneceu alguns instantes fixando em seu rosto, exibindo uma expressão de medo e pavor com tudo daquilo. Nenhuma palavra saiu de sua boca, virou totalmente seu corpo para o fundo do veiculo gritando.

- FILHO!!

Arthur nem sequer tinha percebido, mas no fundo do automóvel havia um garoto pequeno, magrinho e com cabelos loiros iguais da jovem. Estava desacordado e deitado com a parte do tórax em cima do banco junto a várias mudas de roupas e tênis, enquanto suas frágeis pernas estavam dispostas para baixo, totalmente cobertas de sangue e estilhaços de vidros. Perto do joelho era possível visualizar uma protuberância retangular e disforme que parecia brotar e explodir a qualquer momento. Apesar de não ser medico, Arthur teve aulas de anatomia na faculdade, conhecia bases do corpo e sua estrutura, e sabia que aquilo indicava uma fratura grave. Era necessário correr, antes que algo pior acontecesse com o menino.
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Capitulo 5: O chamado no campo.
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Diante daquela cena Arthur ficou chocado. A culpa voltava a tomar forma, e o remorso estava começando a atacar, mas não havia tempo para lamentação, o garoto precisava ser retirado do carro e colocado em uma posição confortável o quanto antes. E assim foi feito.

Durante a ação, nenhuma palavra foi trocada com a jovem, que parecia ignorar Arthur, apesar de aceitar sua ajuda em retirar o menino do automóvel, seus olhos fugiam para longe dele, apenas eram vibrados sobre o menino, como se fossem restaurar seus ferimentos e acolhe-lo.A mulher chorava enquanto cometia ação cuidadosamente. Arthur notou que apesar da aparência delicada e das lagrimas, havia uma ferocidade no olhar e nas atitudes, era como se ela soubesse o que estava fazendo, e o panico que sentia não era sobre si, mas da dor do seu filho que carregava entre o peito, sinal de que era um mãe amorosa.

Ele tentava jogar algumas palavras sobre ela, tentando justificar o acidente, mas ela parecia não se importar e agir como se ele não estivesse ali. Isso Preocupava Arthur e sinalizava totalmente sua culpa, por que o silencio era a coisa mais perigosa ali, ardia por dentro e o derrubava por completo. Quando finalmente colocaram o garoto numa superfície plana do campo e o acomodaram, ele não aguentou mais a ausência de palavras, e atirou diretamente sobre ela a frase.

- Meu Deus, você não vai falar nada?...

O semblante dela mudou de mãe amorosa, para um pai tirânico, olhou fixamente Arthur nos olhos e refletindo  uma raiva adormecida, falou sobrepondo a voz dele.

- Cala boca

Isso soou como uma raio sobre ele, numa situação de stress e medo, ouvir algo profundamente bruto e que viesse atingir o amago do seu espirito, era sinal que Arthur era culpado, ela jamais o perdoaria se algo acontece com seu filho,  as coisas jamais haveriam de ser as mesmas, agora ele era um monstro.

Foi acometido pela vontade de retrucar, mas seu jeito passivo e recluso aliado a situação desesperadora o tomaram por completo, e ele perdeu as forças de emitir qualquer som, como se tivesse obrigação de ouvir aquilo como forma de punição pelo acidente. Agora mais nunca ele queria estar ao lado de Vanessa e fugir daquilo tudo.

Parece que o chamado foi atendido.

Ao fundo da escuridão, uma nova luz brotou e um grito foi ouvido. Era aquela maldita coisa surgindo novamente, mas o som era familiar apesar de não conseguir identificar exatamente. Não pensou duas vezes, saiu correndo no impulso em direção a escuridão do campo, sem olhar para atras, como se estivesse abandonando completante as coisas ali. Era bom fugir da situação, aliviar um pouco a culpa do acidente e não ter que olhar mais na cara daquela mulher. Agora Arthur já tinha se entregado, era tarde demais para se retificar sobre as coisas, seu novo objetivo era chegar até o ponto de luz e descobrir de uma vez por todas o que estava acontecendo. Chegou a hora de acertas as contas com o estranho fenômeno, e expurgar toda raiva que sentia no momento.

Mas conforme corria desenfreadamente pelo campo, a luz perdia intensidade e se apagava gradualmente, parecia voltar ao seu centro e recurar sobre o olhar de Arthur. Quando finalmente chegou perto e observou a luz, notou que ela parecia surgiu como um feixe acendendo da terra ao céu, num lapso que simbolizava um raio tenebroso e ao mesmo tempo divino. A cara de fascínio dele, refletia o brilho do estranho evento. Mas infelizmente aquilo se apagou, como se tivesse consciência da presença de Arthur e fugido entre a escuridão. Sumiu entre os poucos segundos da sua aparição, deixando  apenas uma sensação de perdição e dúvida.

Contudo um gemido foi ouvido, logo após.

A poucos metros a sua frente, estirado campo,  estava o corpo de Vanessa. Deitada virada de bruços sobre o gramado, quase imperceptível em meio a vegetação. Arthur não podia acreditar, como isso era possível?, como foi parar tão longe?. A dúvida rapidamente deu lugar, a preocupação com a vida de sua amada. Ele se aproximou do corpo e tocando seu peito, tentou sentir o som de vida do coração. Que felizmente, estava funcionando perfeitamente.

Felicidade sem tamanho tomou ele, que agarrou com força seus braços e beijou seu rosto despejando todo seu amor ali. Mesmo na escuridão, Arthur preenchia a cena com cores de esperança e renovação, era a volta de sua vida e da sua família, apesar de ser cético, agradeceu Deus por isso e comemorou vitoria. Mas algo estava estranho ali.

Ela não tinha nenhum corte, e muito menos sangue sobre as roupas, estava desacordada e sua expressão era de tristeza. Sobre seu corpo e vestes havia claramente uma substancia pegajosa que parecia grudar e reter qualquer coisa que encostasse ali, como uma meleca nojenta. Arthur não sabia dizer o que era, e nem procurava saber, já que a principio denominou como algo adquirido no chão, quem sabe lama, musgo ou coisa parecida, mas não era possível avaliar melhor por que não havia luz no lugar. O importante era que Vanessa estava viva e aparentemente bem.

Arthur nunca foi um homem forte, e muito menos era adepto de qualquer tipo de esporte, levantou com dificuldade o corpo de sua amada, segurando em seus braços, totalmente desajeitado e quase deixando-a cair. Apesar dos ferimentos e da dor que ali surgia, não se deixou levar por isso, era como se uma chama de renovação tivesse surgido em seu coração e recuperado totalmente suas energias. Agora que ela estava bem, as duvidas voltaram a assolar, como ela foi parar ali? Foi jogada na queda? caminhou até aqui? Nada conseguia responder suas perguntas, tudo permanecia envolvido em mistérios. Arthur olhou em volta, pensou por um segundo que poderia ter mais alguém por perto, também lembrou das luzes. Tudo era confuso, estranho e quanto mais ele perguntava mais dúvidas apareciam, não podia entender aquilo.

Enquanto se aproximava da estrada, retornando pelo campo, como se estivesse voltando de uma grande jornada segurando um premio, exibindo um sorriso no rosto, notou a presença de um grande caminhão na estrada, exatamente onde tinha deixado o menino. Eram daqueles grandes caminhões usados para transportar alimentos ou coisa parecida. Seu diâmetro se estendia por quase toda pista, mas era nítido que estava parado no acostamento. Viu a figura de um homem careca, levantando o braço como sinal de ajuda. Arthur sorriu.
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Bem, eu não entendi praticamente nada, só consegui apostar em alienígenas com o que você deu aí. O texto está bem lento, tornando a leitura pesada e cansativa, você enrola um bocado em coisas que não necessitavam tanta enrolação, em especial no primeiro capítulo, descrever é bom, mas você exagera e conforme eu venho aprendendo, textos devem bem mais concisos que livros, por exemplo, e nesse seu ficou faltando concisão. Você também usou mal a curiosidade do primeiro capítulo, algo que deixou o leitor curioso, mas não fez nada que desse sensação de que a história avançou, provavelmente porque não o fez de fato, a história ficou muito estagnada e isso foi o que piorou tudo, recomendaria fazer mais coisas acontecerem e diminuir o tamanho necessário para elas acontecerem.

Apesar da escrita não ser ruim, o texto em si ficou razoavelmente pobre, os personagens não foram bem trabalhados e os acontecimentos foram lentos. Vou esperar novos capítulos para poder dizer se ficou ruim de verdade ou não, mas até agora isso precisa de mais ânimo.
To Die Is To Find Out If Humanity Ever Conquers Death

07/01/2014 às 17:39 #2 Última edição: 07/01/2014 às 20:01 por ecross
Citação de: B.loder online 07/01/2014 às 17:24
Bem, eu não entendi praticamente nada, só consegui apostar em alienígenas com o que você deu aí. O texto está bem lento, tornando a leitura pesada e cansativa, você enrola um bocado em coisas que não necessitavam tanta enrolação, em especial no primeiro capítulo, descrever é bom, mas você exagera e conforme eu venho aprendendo, textos devem bem mais concisos que livros, por exemplo, e nesse seu ficou faltando concisão. Você também usou mal a curiosidade do primeiro capítulo, algo que deixou o leitor curioso, mas não fez nada que desse sensação de que a história avançou, provavelmente porque não o fez de fato, a história ficou muito estagnada e isso foi o que piorou tudo, recomendaria fazer mais coisas acontecerem e diminuir o tamanho necessário para elas acontecerem.

Apesar da escrita não ser ruim, o texto em si ficou razoavelmente pobre, os personagens não foram bem trabalhados e os acontecimentos foram lentos. Vou esperar novos capítulos para poder dizer se ficou ruim de verdade ou não, mas até agora isso precisa de mais ânimo.

Bom, a historia ainda está em formação, tem muito mais capítulos pela frente, principalmente o verdadeiro "horror" da coisa, eu queria deixar mais dinâmico, mas infelizmente isso iria tirar a densidade da coisa.

Quanto a enrolação, eu concordo que costumo exagerar um pouco, mas no caso do gênero do texto que se trata de uma historia de terror , então discordo um pouco, já que o lado psicológico dos personagens é muito mais importante que qualquer ação ou movimento, o mundo externo é apenas um detalhe perto daquilo que ocorre dentro da mente do protagonista, sensações, emoções e sentimentos devem ser priorizados a todo momento e não exatamente a ação em sí, por isso ele passa um pouco a sensação de "lentidão", deve ser por isso que o gênero não costuma ser muito famoso, tirando de lado os livros do Stephen King que eu não curto muito, justamente por que ele prefere deixar de lado os detalhes e se focar na dinâmica da historia.. Qualquer um que leia contos do H. P. Lovecraft, Edgar Allan Poe sabe bem disso, principalmente o primeiro na qual eu me baseio meu estilo narrativo psicológico.

Valeu pelas criticas, vou melhorar nos pontos que você falou.
:ok: