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Seja Deus

Iniciado por B.loder, 12/01/2014 às 23:00

Aí está um texto que fiz inspirado em nosso amigo "Dias Anders", espero que gostem. o/
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Spoiler
Acordei assustado com alguma coisa, apesar de não conseguir sequer imaginar o que causara aquela reação. Olhei ao redor e meu quarto estava intacto, as cortinas balançando ao vento, a mesa no lugar, o computador ligado — baixando músicas ilegalmente — meu ventilador soprando de um lado para o outro em movimentos lentos, a garota de feição asiática me olhando... Arregalei os olhos e engoli em seco, aquilo me lembrava várias coisas das quais eu não gostava de lembrar. Caso você tenha passado tempo suficiente na internet, também não saberia como reagir ao encontrar uma asiática em seu quarto — e as mesmas memórias traumáticas aflorariam.

Pisquei três vezes rápido, ela ainda estava lá. Olhei pela cortina para conferir se ainda era noite. As estrelas responderam que sim. Não sabia o que dizer, então simplesmente fiquei observando-a. Ela era baixa, magra e de aparência frágil que lembrava uma criança, mas não parecia ser uma. Seus olhos puxados eram escuros, e seus cabelos negros caíam até o meio das costas, lisos e bem aparados. Estava de pé, me encarando.

— Olá, Dias.

— Como você sabe meu nome? Bem, meu sobrenome.

— Eu sei tudo sobre você, Anderson Dias.

— Heh, isso deixa tudo isso menos estranho — fitei-a, sua expressão parecia ser absolutamente imutável. Não conseguia vê-la direito, então liguei o abajur que ficava à minha esquerda e pude ver seu rosto delicado. — Qual é seu nome?

— Azuyashi — sua voz era delicada e doce, mas parecia inconstante. Diferente de como era alguns segundos atrás. — Eu vim em nome de AlzuliraI, a grande consciência.

— A grande consciê... O quê? — suspirei. — Você é japonesa?

— Não, eu não venho desse mundo.

— Certo, certo. Pode só falar o que quer e ir embora? Essa situação toda está me dando arrepios... Você, por acaso, veio me matar?

— Não, eu vim te preparar.

— O quê?

— AlzuliraI decidiu que você será o deus da humanidade, Dias.

— Deus da humanidade?

— Isso. Vou te ensinar sobre o universo e sobre como manipular a informação, você poderá fazer o que bem entender com...

— Manipular a informação?

— É.

— Não parece lá um poder tão incrível.

— Isso é porque você ainda está preso aos conceitos de seu minúsculo cérebro — decidi não ficar ofendido. — Tudo é informação, Dias. Você, eu, as pessoas na rua, tudo é informação.

— Uh-hum... — tentei não mostrar meu ceticismo. — E aí eu vou ser o deus da humanidade?

— É. Você vai poder ser idolatrado, ou não. Fará o que quiser.

— Por que eu?

— Porque pesquisas apontaram que é a pessoa mais apta para o trabalho.

— Eu?

— É.

— Espera, eu sou a pessoa mais apta para ser deus?

— Precisamente.

— Então, recapitulando: você quer que eu seja deus, e vai me ensinar a ser deus manipulando a... Informação, por que o mundo é feito de informação?

— O universo.

— Que seja.

— É, essa era a ideia, por quê?

— Isso é uma piada?

— Eu entendo que é tudo bem difícil de absorver, mas essa é a verdade, você não pode recusar o papel ao qual foi designado.

— E se eu recusar?

— Então eu vou apagar toda a informação sobre você.

— Tudo bem.

— Acho que você não entendeu.

— Hã?

— Se eu apagar toda a informação sobre você, você morre.

— O quê?

— Isso mesmo.

— Então ou eu aceito e viro... Deus, ou você me mata?

— Uh-hum.

— Isso deve ser alguma piada.

— Não é. Como acha que eu cheguei aqui?

— De qualquer jeito, menos... Seja lá o que você diz que pode fazer.

— Eu posso fazer qualquer coisa, eu sou um deus.

— Certo, por que quer que eu seja um também?

— Porque precisamos de alguém vigiando a terra, assim que você se tornar um deus terá o conhecimento para fazer isso. Sua personalidade também é muito boa, ela servirá para um deus.

— Sério? Eu?

— Sim! Agora pare com isso!

— Tudo bem... O que eu preciso fazer para me deixar em paz?

— Olhe, eu sei como é tudo isso... — ela suspirou, ou pareceu suspirar. Seu corpo não se movera de forma alguma. — Eu vou voltar e te ensinar tudo que você precisa saber. Só tente se acostumar com isso, ok?

—Eu vou tentar...

— Ótimo.

Fiquei observando perplexo enquanto a própria existência dela pareceu tremular. Como se fosse feita de pixels, ela desapareceu no ar. Um a um, os pixels flutuaram em direções diversas, indo para algum lugar que eu nem conseguia imaginar. Deitei minha nuca no travesseiro novamente.

Os raios do sol entraram por minha janela e acordei com uma dor de cabeça terrível. Cocei os cabelos semicerrando os olhos e tampando a luminosidade com a mão. Olhei para a mesa do computador, estava aberto um website que lembrava ter acessado na noite anterior. Uma garrafa de vodca estava vazia sobre a mesa. Nem mesmo uma gota restara ali, isso explicava a ressaca.

Dei uma olhada rápida na página aberta, ela falava da teoria de Vladko Vedral. Agora tudo fazia sentido. O sonho bizarro da noite anterior havia sido apenas uma reação do álcool — e possivelmente do pouco de maconha que decidira fumar — somada à informação recente. Suspirei. De alguma forma, ainda estava tenso por causa do sonho.

Fui me arrumar. Desci as escadas do prédio e saí me despedindo com um aceno do porteiro. Havia um indivíduo parado ao lado da saída. Tinha cabelos grisalhos, imagineu que fosse um mendigo. Ele estava sentado no chão e ao me notar, se colocou de joelhos imediatamente. Debruçou sobre si mesmo como se me venerando. Ergui a sobrancelha enquanto ele continuava completamente imóvel.

— Mas o quê diabos?
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To Die Is To Find Out If Humanity Ever Conquers Death

Hahhahahahaha! Cara, se o nome do B. não aparecesse ali em "Enviado Por", eu juraria que esse texto era do Dias. TEM A CARA DELE AÍ. Enfim, curti muito. E... "Azuyashi"... Acho que saquei a referência.  :lol: Huahauhauhauhau! Valeu pela homenagem, B. (mesmo que tenha me retratado como mulher -q).

Bem, o toque que eu tinha pra te dar eu já comentei. Gostei pra caramba! \o

Um grande abraço!

Sobre o texto, eu já comentei com você. xD
Eu gostei bastante, da narrativa e da vod- digo, da maneira com a qual descreveu o personagem. Na MRM um cara disse que saberia o que faria se encontrasse uma asiática no quarto, eu ri bastante, e conc- acho uma ideia, sei lá.

@Azu: Na verdade eu que escrevi e mandei para o B.loder. -q
E asiáticas são sexy. Huehue. Pense assim.


Safety and Peace.
ALGUÉM FALOU EM JAIMES DESING?!

// -> cHEAT .exeKUTIVE OFF-ice ~~//


Achei bem divertido, hein. Curti especialmente o final dele. Tem umas vírgulas que poderiam ser pontos, mas tipo, isso é meio irrelevante. Faltou um pouco de "viagem" típica do Dias, mas, tirando isso, ficou realmente bem divertido de ler.

Eu realmente estou ficando muito babaca... ou muito velho. Você decide.

Valeu pelos comentários, pessoal. Realmente ele ficou bem mais parecido com o estilo do Dias que com o meu. E eu até saberia o que fazer com uma asiática se elas não fossem seres malignos e imprevisíveis (já viram Battle Royale?).  Kazu, eu só retratei sua garota asiática e sexy interior. :v

Valeu, Moon. O problema das vírgulas, para variar. xD
Ainda bem que ficou divertido de ler, faz tempo que não escrevo algo interessante. :v
Valeu. o/
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