O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

O Plano dos Planos

Iniciado por zodv, 09/02/2014 às 20:45

   Acordou. Encontrava-se em um lugar estranho, deitado num chão rugoso, frio. Tentou levantar, mas sua cabeça deu sinais de existência. Tentou mais uma vez e, com esforço conseguiu ficar de pé. Uma rua longa e larga se estendia a sua frente. Abrigava uma casa que apresentava uma coloração rosa desbotado na primeira esquina, e estranhos prédios, com mato e ervas daninhas saindo por suas respectivas janelas. Era curioso ver que a única diferença entre os dois lados da rua era o casebre.
   Radge olhou para o céu. Nuvens brancas que machucavam seus olhos devido à luminosidade habitavam os céus daquela região. Começou a caminhar e reparou que os prédios de onde saíam as plantas parasitas se repetiam no decorrer da rua. Após longos minutos de caminhada, resolveu adentrar um deles. Surpreendentemente, para qualquer pessoa um pouco normal, adentrar a casa seria a primeira atitude a ser tomada, porém o guerreiro de alguma maneira sentiu repulsão a ideia. Ao abrir a porta de madeira que separava o interior da rua, uma corrente de ar frio acompanhada de cheiro de mofo atingiu-lhe de imediato, como se o prédio estivesse agora sem uma suposta vida, que antes tivera.
   O mato alto dificultava a locomoção e, com o nervosismo aumentando, levou a mão ao cabo de sua cimitarra. Talvez houvesse animais perigosos ali dentro. Era incrível a suposta habilidade do mato de só crescer ao pé das paredes. Incrível também era o tamanho do que deveria ser o térreo do prédio. Nada mais do que o tamanho de um quarto pequeno. Um lance de escadas no canto parecia demasiado perigoso para subir. Dos seis degraus, três estavam corroídos na madeira, estando dois destes partidos em forma de "V". Porém, não havia outra saída senão subi-los. Deu alguns passos para trás e correu. Com um salto, conseguiu impulso suficiente para atingir o degrau mais alto. Daquele lugar, Radge podia ter uma visão além da que tinha antes.
     À sua direita, a parede. À sua esquerda, o chão de madeira dava acesso a uma porta branca muito empoeirada. Sem outra opção, ele caminhou e pôs a mão na maçaneta. Um tipo de energia estática parecia correr pelo metal gelado de forma arredondada. Um arrepio percorreu sua espinha. A maçaneta girou e, com um estalo a porta se abriu. Uma luminosidade azul tomou conta do lugar. Uma espécie de espiral azul-esverdeada habitava a parede, como se fosse uma pintura viva.
   Uma corrente de ar se formava, ficando cada vez mais forte em frente à porta. Radge estava imobilizado, sentindo seu corpo ser sugado pouco a pouco para dentro da parede misteriosa. A sensação de não poder mover o próprio corpo é terrível, uma das piores que podem ser experimentadas. Quando deu por si, estava com as duas pernas para dentro da espiral. Tentou se apoiar na parede, mas calculou errado, enfiando com toda sua força os dois braços dentro do portal azul. A última coisa de que se lembrava era de ouvir o barulho da lâmina recurvada de sua espada bater no chão.
Zodv