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A Volta de Eswendor

Iniciado por GuilherVX, 22/02/2014 às 12:20

22/02/2014 às 12:20 Última edição: 22/02/2014 às 13:25 por GuilherVX
A Volta de Eswendor

Prólogo
O híbrido soprava o interior do tubo de madeira enquanto, com fugacidade, tampava e destampava os outros. A melodia que ele tocava chegava aos demais animais da floresta, que se agrupavam, mansos, para ouvir o som que faz a natureza na mão de criaturas como ele; da cintura para baixo, era um corpo de bode. Da cintura para cima, um homem forte, sem camisa e com pequenos chifres no cabelo negro e basto.

A melodia que saia da flauta era calma, suave. Como o farfalhar das árvores, ou o som de água caindo. De olhos fechados, concentrado e com as costas nuas encostadas em uma árvore na Floresta do Acalento. O híbrido não parou de tocar a flauta de madeira nem quando leões e tigres se juntaram com os pássaros nas árvores, os peixes no riacho e as cobras rastejantes.

Ele parou, porém, quando ouviu o barulho de árvores caindo, perto da orla da floresta. Abriu os olhos e pôs-se de pé, olhando para o lugar. Magia negra, é o que ele sentira. Algo que por muito tempo não haviam visto no mundo. O ar se tornou denso e uma cor arroxeada pairou no ar. O sátiro vislumbrou uma silhueta de homem, junto com o ar fétido que entrava pelas suas narinas, enquanto todos os animais fugiam para se abrigar nas entranhas da floresta. O sátiro se recuperou do susto e retornou a tocar, com os olhos fixos em direção à silhueta. Enquanto sua canção rápida se desenvolvia, raízes prendiam os membros do vulto, que agora se encontrava no ar, com os braços e pernas presos e estendidos. Entrementes, a água do riacho borbulhava ao efeito do som da flauta, quente, ácida; a silhueta tentava se desvencilhar das raízes, e então a água saiu do riacho como se tivesse vida, e formou um círculo em volta da silhueta.

Mas, no instante seguinte, a flauta do sátiro se quebrou. A magia se desfez e as águas ficaram calmas e caíram no chão, mortas. As raízes perderam a vida e se desintegraram como se tivessem queimado. O sátiro olhou para trás, e o mesmo vulto, com uma capa negra enorme e uma máscara feita de bronze, estava com o braço estendido, com uma cobra negra translúcida enroscada nele. Ela parou, fitou o sátiro curiosamente... e atacou.
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Um belo texto.
Curti seu modo de escrita, o jeito que brinca com a escrita erudita, famoso falar difícil, gosto disto, ao meu parecer, teve umas referências muito boas, no começo me lembrou bastante de Grover Underwood, do conto Percy Jackson, e depois de Radagarst, o Castanho, do conto Hobbit, do famoso J.R.R Tolkien.

A única coisa que não me agradou foi o desenvolvimento da história, a transição pro clímax foi demasiado rápida, e acaba igualmente. É como se houvesse um texto gigante e você tivesse tentado comprimir ele por ter um limite de linhas.

Tente dar uma melhorada no desenvolvimento, se ele aumentar, não importa, não quer dizer que as pessoas não o lerão.

Abrçs, Ltmkr
Conteúdos novos sempre, o trem nunca para.


Zombie  Misty!

By:Zombie

Nossa, faz tempo que eu não comento nessa área.

Bom, o Lot comentou justamente o ponto que eu queria falar: a rapidez no desenvolvimento. Eu já notei que você tem uma preferência por um discurso mais rápido, pulando certas descrições para ir direto ao ponto. Nada contra, mas temos que concordar que isso não contribuiu pra co clímax que, na minha opinião, nem existe de fato por causa dessa rapidez. Assim, até que dá uma pontada de curiosidade, mas não uma grande suficiente para se interessar pelo resto da trama. Lembrando que o início da história é um ponto crucial para o leitor.

Mas enfim, fora essa rapidez, a escrita tá muito boa!

Viva a lenda!



03/03/2014 às 22:24 #3 Última edição: 03/03/2014 às 22:26 por zodv
Eu tenho uma pergunta...

"com os pássaros nas árvores, os peixes no riacho e as cobras rastejantes."

"a água do riacho borbulhava ao efeito do som da flauta, quente, ácida;"

O sátiro, pelo que você descreveu, era de agrado dos animais. Porém, ele fez ferver a água do riacho com os peixinhos dentro!
Isso foi intencional, como se quisesse mostrar que o sátiro também não era lá flor que se cheirasse?
Zodv