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Iemanjá do Mar

Iniciado por Vifibi, 04/03/2014 às 23:50

Era uma linda mulher. O sol parecia ser apenas o servo daquela bela mulher diante de mim, fazendo seus ruivos cabelos brilharem com o fervor do fogo. Ela o colocava atrás de sua orelha, mostrando suas delicadas mãos e sorria para o livro que lia entre suas coxas, dando pequenas risadas elegantes com cada piada bendita que lia e mostrando seu sorriso reluzente que apenas acentuava seus lábios rosados e carnudos. Suas bochechas eram cheias e tinham um tom rosado quase inocente, mas não subtraíam de sua imagem nada senão minha resistência a ela. Ela tinha o corpo que Afrodite mataria Zeus para ter, com mais curvas que o mar e mais beleza que seu horizonte tardio. Seus olhos escuros como Bourbon aqueciam minha alma com mais eficácia que a bebida, e deixavam-me hipnotizados com um simples relance.

Era uma linda mulher, esculpida não dos pecados originais da humanidade mas da própria espuma do mar. Era uma mulher carioca, mas que o mundo inteiro desejava. Seus olhos iam do livro para mim a cada quando e me traziam uma felicidade sem comparação no mundo com seu simples sorriso inigualável. Era uma mulher educada, mas feita da carne. Sua própria existência era milagre divino nesta terra, uma dádiva dos deuses para nós pobres mortais, mas que nunca poderíamos ter, apenas observar.

Seu coração tinha dono, sua alma tinha par, seu amor tinha retribuição, e ela era a mulher mais feliz da face da terra, porque ela se fazia assim ao tornar qualquer homem que pudesse conquistar seu favor o homem mais feliz do mundo. Não havia depressão quando se estava ao seu lado, e até mesmo nós, os pobres perdedores, não conseguíamos desejar-lhes nada senão a maior das alegrias. O seu espírito era de samba, era de cantoria e carnaval. Não tinha um momento qualquer de tristeza quando ela estava por perto. Sua presença era capaz de tornar a mais amarga das lágrimas na mais honesta das risadas, e todos nós a amávamos por isso.

Era carioca, mas pertencia ao mundo sua alegria. Era amada, mas pertencia a nós sua alegria. Era mulher de um, mas pertencia a todos sua admiração. Assim era a verdadeira garota de Ipanema, menina do rosto, Iemanjá nascida do útero e dona do mar e de nossos corações. Com ela não havia homem triste, sem ela não havia nada senão o desejo amargo e a saudade desamparada. Ela lia calmamente seu livro, mas meu coração batia forte em pura aceleração desigual. Menina do rosto, garota de Ipanema, Iemanjá do mar, como eu queria que fosse minha!

Eu sempre te achei arrogante, mas você prova que é realmente um escritor fantástico. Texto excelente, não vi nenhuma falha na narrativa, perfeito!

Esse seu texto me lembra bastante um outro — também de sua autoria; Ela. Gostei bastante desse. Os encantos da mulher carioca e o desejo dos homens por ela. Não há muito o que dizer, apenas que foi uma boa leitura.