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As cronicas do Relâmpago -Prologo-

Iniciado por ewerton13, 27/03/2014 às 10:47

27/03/2014 às 10:47 Última edição: 28/03/2014 às 16:29 por ewerton13
Prologo

E em um estridente lampejo no céu estrelado,
Tudo muda, a vida do pobre garoto que deseja uma família,
E a vida do velho que deseja o fim do seu sofrimento,
Tudo se sujeita a mudança.

– O que!? Demitido? - Berrava-o com raiva -
– Me desculpe Jhon, mas... - Ele tentava se explicar -
– Mas? Não tem mas! Eu trabalho aqui há sete anos!
– A empresa está tendo alguns cortes, entende?
– Entendo!? - Ele berrou- Eu entendo que desperdicei sete anos da minha vida!
Jhon saiu da sala e bateu a porta com a força que lhe restara, os funcionários pararam. Jhon os encarou e não disse uma palavra, matando-os com o olhar. Saiu do corredor para o elevador e logo, abandonou o predio que ele mesmo havia desenhado!
O se grande sonho de construir arranha-céus estava acabado, todos aqueles anos, desenhado e fazendo maquetes para acabar assim, sendo o primeiro funcionário a ser demitido por causa de um corte.
Ele resolveu caminhar, um velho costume para dias de interminável ira, alguns se embriagam, outros matam e alguns fumam, mas Jhon, Jhon caminhava, neste dia escolheu uma grande estrada, com pouco trafego, dependendo do momento, escutava-se o som dos pássaros, cantarolando em suas curtas vidas programadas.
A cada passo Jhon refletia nas suas escolhas, qual delas teria resultado nisso, qual delas desencadeou esse efeito borboleta, os dias em que chegara atrasado? Talvez, o dia em que perdeu o projeto de um predio? Quem sabe? Independentemente das nossas escolhas, idiotas ou não, devemos aceita-las, e não nos culparmos, lição que só a vida pode lhe ensinar, e a vida logo ensinaria isso para Jhon.
Depois de duas horas de reflexão, o céu já se fechava sobre eles, e relâmpagos já clareavam a estrada, Jhon então resolveu voltar e se arrependeu de outra recente escolha, não havia pensado em quão demorado e cansativo seria ir e voltar a pé!
Começou então sua árdua caminhada de volta para a cidade, suas pernas já estavam cansadas de tanto andar, quando vislumbrou algumas luzes vindo na sua direção, esticou sua mão, rezando para que ele lhe desse uma caronas, por sorte, o caminhão  parou,  caminhoneiro era um homem gentil, empurrou a porta e chamou ele balançando a cabeça, Jhon subiu e perguntou:
– Pode me deixar na cidade?
– Claro, estava indo descarregar lá, feche a porta!
Jhon puxou a porta com cuidado ate ela fechar, era uma pessoa bem cuidadosa com coisas que não lhe pertenciam. O caminhoneiro permaneceu em silencio, sempre sorrindo e ouvindo uma musica animada no radio, depois de alguns minutos, um celular começou a apitar, Jhon  pegou e entregou para ele.
– Obrigado - Ele clicou em alguns botões e o guardou no bolso - Tenho que ligar para minha mulher, vou encostar aqui.
– Tudo bem! - As pernas de Jhon já estavam melhores -
Ele encostou o caminhão e abriu a porta, se encostou na lateral do caminhão e ficou lá por algum tempo, Jhon achou estranho ele estar demorando tempo sem falar nada, de repente sentiu uma forte picada no pescoço, se virou rapidamente e suas ultimas imagens antes de apagar foram um homem carece trajado de terno preto e com o simbolo anarquista na testa.
Ele abriu a porta e jogou o corpo no chão, o caminhoneiro entrou no caminhão novamente e deu a partida, acelerou e os deixou lá. O homem pegou um pequeno gravador no bolso e o prendeu ao pescoço, apertou um botão.
–  Cobaia numero 26, estado atual de inconsciência, será injetado 35ml do composto D, no  seu antebraço direito, veia cefálica do antebraço - Abriu sua maleta e pegou uma pequena seringa com um liquido preto, ajeitou a mão de Jhon, apalpou seu pulso, pressionando o local da veia - Veia achada, preparando para injetar - Ele enfiou com força a seringa e injetou metade do composto – Composto... inje...
Subitamente, um raio cai em cima de Jhon, uma estranha explosão ocorre, cegando parcialmente ele, uma forte descarga elétrica atinge um poste de alta tensão, mesmo assim os fios se partem enquanto a descarga os toca, quando recobra a visão, ele percebe que Jhon sumiu, de boca aberta ele aperta novamente o botão no seu gravador.
– Experiência concluída com êxito!
E a forte descarga que continua partindo fios e queimando postes chega ao fim da linha e apos estourar a caixa de força do ultimo poste, atinge o chão com toda sua força, materializando Jhon, arremessado no chão, melado de terra e com queimaduras de 2º grau, mais uma vez se arrependendo de uma escolha que desencadeou isso.
Ele olhou para o céu, agora enfeitado por belas estrelas que tentavam clarear seu caminho, olhando para uma estrela em especial, uma memorial lhe veio a tona.
– Não chore! – Um menino consolava sua amiga em prantos –
– Mas você... vai embora... –  Ela lamentava por perder um amigo especial –
– Eu nunca vou lhe abandonar, eu prometo! Está vendo aquela estrela, ele apontou para uma estrela –  Ela se chama Altair e pertence a constelação de águia, essa águia vai ser nossa mensageira, toda noite eu vou ver você e falar com você por meio dela, ouviu? Se estiver com medo, olhe para ela e tenha certeza que estarei orando por você do outro lado – A garota levantou a cabeça, dessa vez com um grande sorriso que enfeitava seu pequeno rosto –
Jhon, olhou para Altair, imaginando se alguém estaria orando por ele naquele momento.

28/03/2014 às 16:22 #1 Última edição: 28/03/2014 às 16:24 por ewerton13
Para ler o Prologo, clique aqui

I-Michelle


Andava com passos largos e firmes, sempre olhando se alguém lhe seguia, se surpreendeu pela sua paranoia, Mas quando se está nessa situação, é aceitável fazer isso, olhou mais uma vez ao seu redor, viu uma cabine telefônica, mas não tinha moedas. Então, fez algo de que não se orgulha muito, viu um pedinte encostado no muro de uma loja, se abaixou e colocou a mão no bolso, fechou a mão e ao invés de dar uma moeda, pegou uma e bateu em outra para dar a impressão que a moeda caiu e tilintou, deixou a moeda na mão e foi para a cabine telefônica, colocou a moeda e discou o numero.
– Oi, Thalia?
– Sim, quem é?
– Michelle.
– O que? Como? – Perguntou confusa –
– Não importa! Tais morando no apartamento ainda?
– Sim, mas onde você tá?
– Daqui a uma hora to aí, fique...
– Para continuar a chamada insira mais moedas – Falou a voz eletrônica –
– Maldição, até as maquinas estão capitalistas hoje em dia!
Ela saiu da cabine e continuou a andar, ainda se lembrava do dia em que sua irmã se mudou, seu pai ainda estava vivo, ele ia fazer uma torta de frango, mas ainda não tinha gás, então comemos comida chinesa, apesar disso, aquele era um dos raros momentos que Michelle grosava de se recordar, unidos e felizes, momento difícil de acontecer naquela família. Michelle parou de pensar nisso, antes que se lembrasse de certas coisas e expulsa-se suas lagrimas que há tanto tempo estavam guardadas. Sem perceber, atravessou a rua distraída e quase era atropelada.
– Está louca!? – Berrou o motorista –
– Lo...uca? –  Seus olhos se encheram de ódio, antes que fizesse algo, sua razão lhe aconselhou a sair dali, e assim a fez.
Já estava faminta depois de vinte minutos, se arrependeu por não ter comido antes de sair. Distraída novamente esbarrou em Jhon, um homem alto, com fortes queimaduras no pescoço e nos braços, ele olhou para seu rosto.
– Desculpa! – Falou rapidamente e seguiu seu caminho–
Ela nem ao menos dirigiu a ele seus profundos olhos verdes, apenas continuou andando, novamente, esbarrou, dessa vez, em um alto homem com fortes cicatrizes no rosto, ela continuou a andar. Ele a agarrou pelo ombro sorriu.
– Não acha que devia falar algo?
– Não – Ela puxou seu ombro e continuou a andar –
Ele a segurou pelo pescoço e jogou-a contra o muro de um beco estreito e escuro.
– Tem certeza?
– Sim! – Ela socou seu rosto, ele recuou e sorriu –
– Ira se arrepender – Ele deu uma forte joelhada no estomago dela –
Michelle se esforçou para manter o equilíbrio  e a consciência.
– Pare! – Jhon grita –
Ele não se importou e socou mais uma vez o estomago dela.
– Pare maldito! – Varias descargas elétricas saíram do seu corpo, atingindo todos, inclusive o próprio Jhon, abrindo suas feridas, o único a se manter de pé foi Jhon, que se assustou com o que fez. Checou o pulso de Michelle e suspirou de alivio.
Michelle se recobrou, abriu os olhos cansados, se levantou com cuidado, estava em uma cama, num pequeno quarto, olhou para suas roupas, com partes queimadas, e sua pele com bolhas, queimadura de 2º grau, deduziu. Olhou para alguns posters no quarto, todos de filmes de super-heróis. Abriu uma porta de madeira, dando em um estreito corredor, andou mais um pouco e chegou na cozinha, Jhon estava cozinhando macarrão, na mesa estavam alguns pratos e corpos, ele se virou e quase derrubou a panela, espantado.
– Já está de pé?
– Não, estou deitada!
– Desculpa...por tudo, não sabia que ia acontecer!
– Tudo? Só me lembro de socos no meu estomago, e você apareceu gritando feito um retardado! – olhou de relance o relógio e se assustou com a hora.
–  Bem foi que...
–  Ok, ok, tudo bem, tchau! Tenho que ir, onde é a saída? – falou rapidamente –
– Não, fique! Você está fraca e machucada e tudo minha culpa, coma o almoço pelo menos.
– Ok, agora me fala o que aconteceu!
– Bem...é...que...não to lembrado – Nunca foi bom e mentir –
– Você não disse que era culpa sua?
– Ok, você vai me achar louco, mas...
– Não!
– Não o que? – Perguntou confuso –
– Não vou lhe achar louco!
– Ok – Falou estranhado – Bem, eu gritei e soltei raios pelo meu corpo que fizeram todos desmaiar – falou sem reação –
– Espera...tu se melou com um acido preto?
– Que? – falou estranhado –
– Um liquido preto que queima a pele! Melou?
– Não! – Falou mais estranhado ainda.
–  Injetou um liquido preto?
– Não! Não fiz nada com um liquido... espera...sim! – Falou surpreendido –
Jhon se lembrou de que quando estava no chão seu braço estava com um furo de agulha, e ao redor  a pele queimada com gotas pretas.
– Ah, agora faz sentido.
– O que faz sentido? – Jhon colocou o macarrão em uma tigela e cortou algumas calabresas por cima dele.
– Bem...digamos que esse liquido lhe deu poderes!
– Como assim? – Ele colocou o suco nos copos e se sentou.
– Esse liquido bateu no meu braço – Ela arregaçou uma manga e mostrou o seu braço queimado.
– Uau! Mas então você ganhou poderes?
– Mais ou menos?
– Ok, olha , é, qual é o seu nome mesmo? – soltou uma pequena gargalhada por esquecer tal formalidade.
– Caroline – falou normalmente–
Não era uma pessoa que confiava tão cegamente.
– Meu nome é Jhon, bem, eu tenho um amigo que estuda biologia na faculdade, talvez ele possa ajudar.
– Hum, ok, mas eu tenho que ir.
– Tudo bem, vamos comer então?
– Ok.
Começaram a comer então, Michelle não sabia quanto tempo tinha ficado sem comer algo com gosto. Mal sabiam que logo ia receber uma visita.
– Bom dia – Disse o homem marcado com a anarquia –
– Bom dia!
– Jhon Hatler mora aqui?
– Sim, 4º andar, espere que vou ligar para... – sua voz foi interrompida por uma faca na garganta, ele a retirou e guardou.
– Receio que não seja necessário, gosto de fazer surpresas.
Haviam acabado de almoçar, Jhon pegou os pratos e copos e colocou-os na pia, voltou e se sentou.
– Vai agora?
– Sim!
– Vou pegar a chave espera... – Ele foi ao quarto e pegou a chave na gaveta, quando voltou para o corredor, olhou para ela e começa a correr na sua direção.
Michelle estranha e deu alguns passos para o lado, Jhon para.
– O que foi?
– Sua sombra! – Ele apontou para o chão – Tinha a sombra de um homem com uma faca, mas não existia pessoa – A sombra tava com a faca perto da sua sombra.
– Ele deve tá invisível e só dá para ver a sombra, pega a farinha!
Jhon correu para a cozinha, a sombra arremessou a faca na perna da sombra de Jhon, a calça dele se rasgou e sua carne ficou exposta.
– Aaaah! –  Ele caiu ajoelhado.
Michelle deu um forte chute na região onde a sobre começa, a sombra tirou outra faca e cortou a sombra do seu pé, fazendo um corte superficial no pé dela.
– Aaaah! Ele é muito rápido! – Ele se esforçou para se manter de pé.
"Mas não é mais rápido que uma bala!" Michelle pensou e rapidamente correu para o quarto, pegou uma caneta e se escorou na cama, começou a desenhar uma pistola no seu braço, a sombra pegou outra faca e estava indo para o quarto, quando se aproximou de Jhon:
– Aaaaaaargh! – Jhon gritou, mas só conseguiu criar pequenas faíscas.
A sombra ficou na entrada do quarto. Adiós, hombre invisible – A pistola se materializou, saindo do seu braço, ela a pegou e mirou na parte onde a sombra começa, levantou um pouco, para atingir o peito, e atirou.
A bala atravessou e atingiu a parede.
– Eu não sou invisível, só não estou na sua dimensão.
A sombra virou uma especie de liquido negro e do meio dele, o homem marcado com a anarquia começou a se levantar, a medida que seu corpo ia surgindo, a sombra ia diminuído, até que quando estava completo, não havia sombra.
– Que? – Ela mirou a pistola, mas com um chute ele a desarmou.
– Tem sorte de ouvir minha voz, não costumo falar com minhas vitimas – Ele começou a girar sua faca.
– Aaaaaaaaahgh! – Gritou Jhon com a voz que ainda tinha, uma forte descarga elétrica foi para a faca, que acabou atingindo ele, ele foi arremessado contra a parede do quarto, a descarga tambem atingiu Jhon, abrindo a ferida na perna.
– Vem logo, daqui a pouco ele se levanta – Michelle falou rapidamente.
– Não consigo andar!
– Aff – Ela apoiou o seu braço no seu ombro e foi rapidamente até a porta – Abre ai!
– Ok – Jhon abriu, e eles saíram rapidamente.
Por sorte, o elevador estava aberto, rapidamente Michelle chutou sua sandália na porta do elevador, para que ele não se fecha, sem paciência, Michelle arremessou Jhon no elevador, e correu para ele. O homem se levantou e saiu do quarto, rapidamente puxou uma faca.
Michelle agindo por instinto viu que a porta do elevador estava quase batendo na sua sandália, então deu um forte pulo para dentro do elevador, quando estava chegando nele, colocou sua perna sobre a sandália, arrastando-a para dentro, ela caiu por cima de Jhon. Ele arremessou a faca, e a porta do elevador se fechou, mas a faca entrou no elevador e quebrou o espelho do elevador. Michelle suspirou aliviada e se levantou.
– O que aconteceu aqui? – Perguntou Jhon –
– Sei lá... – Pensou um pouco – Não, não iam mandar um cara daqueles atrás de mim.
– Atrás de você? O que você fez?
– Nada! Tu conhece aquele cara?
– Não, nunca vi!
– Você disse que injetou o liquido né, por que?
– Bem...eu não injetei!
– Então quem injetou?
– Não sei!
– Então como você sabe que alguém injetou? Gênio – Ela rasgou um pedaço da camisa de Jhon e amarrou no ferimento dele.
– Tinha um furo de agulha, queimaduras ao redor e gotas pretas ai eu achei que fosse esse acido que tu disse.
– Ok, você simplesmente acordou com isso?
– É, e você? Como se melou com o acido?
– Sei lá, olha, alguém seguiu você quando estava me levando pra cá?
– Não!
Jhon se lembrava qual desculpa tinha dado para a recepcionista não suspeitar.
– Sabe como é né, vai pra balada e bebe demais!
Mas Michelle estava muito pensativa, pegou a caneta e começou a rabiscar algo no braço.
– Tem certeza que ninguém seguiu?
– Sim!
– Ok, então ele tá atrás de você!
– Por que?
– Esse apartamento não é meu, então pra eles saberem que eu estou aqui, tinham que me seguir.
– Faz sentido, logo que esse apartamento ta no meu nome, mas por que?
Ela acabou o desenho de uma pistola no braço e ela se materializou.
– Uau, bem mais útil que soltar raios. Eu acho bom agente ir pra casa do meu amigo.
– Ok – O elevador se abre, ela coloca Jhon nas costas e tenta correr o mais rápido possível apesar do corte no pé, quando veem a recepcionista ensanguentada, os dois tem ânsia de vomito, mas tentam segura-lo para não atrapalhar.
Ela sai do predio e grita para um taxi, quando ele para, ela joga Jhon no banco de trás e entra, apontando a arma para ele. O motorista se assusta e depois cai no riso.
– Vocês são de que canal?
– Canal? – Michelle perguntou estranhada, por que ele estava rindo.
– Canal de TV, é obvio que isso é uma pegadinha.
Ela apontou a arma para o asfalto e atirou, rachando-o, fechou a porta e apontou para ele.
– Acelera.
O motorista ficou realmente assustado e acelerou, mas logo parou em um sinal vermelho.
– Onde é a casa do teu amigo?
– Vai pra avenida Saint Lewis.
O motorista balançou a cabeça concordando. Michelle rapidamente agarrou Jhon e o abraçou puxando-o para seu lado, seus lábios ficaram a poucos centímetros de distancia.
– Que? – Jhon ficou envergonhado –
– A sombra! – Michelle abriu e porta, e jogou Jhon no chão, Michelle saiu. Quando a sombra ia sair do taxi, o sinal abriu e ele acelerou.
– Despistamos aquele infeliz! – Michelle levantou Jhon, que ainda estava corado – é melhor você tirar essa cara idiota do seu rosto! – Ela o colocou nas suas costas.