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[Cap. I] Metropolis

Iniciado por Syd Barrett, 06/05/2014 às 23:07

06/05/2014 às 23:07 Última edição: 07/08/2014 às 18:42 por Syd Barrett
Olá, povo da CRM. Bom, venho compartilhar uma história que estou escrevendo, em busca, obviamente de melhorá-la. Aceito críticas e sugestões, e obrigado pela atenção.


Capítulo 1 - Athenas
Spoiler
Os ares de Athenas eram frios e poluídos pela fumaça tóxica da grande cidade industrializada. Matt caminhava calmamente pelas movimentadas ruas, mesmo a aquela hora da manhã. Usava um longo sobretudo marrom claro de mangas longas, bem tradicional. Por baixo, uma espessa camisa branca coberta por um pequeno colete de couro. Usava calças longas, espessas e negras e um sapato social negro azulado. Sua face sempre continha expressões sérias, porém sempre transpareciam um leve sarcasmo eterno, peculiaridade dele. Era um homem bonito, olhos pequenos, boca normal e nariz proporcional. Usava um óculos redondo de armação negra e lentes azuladas. Tinha longos cabelos negros e encaracolados, que caíam-lhe os ombros e iam até suas costas.
Andava a passos largos, porém não apressados, e não tardou a ver um aglomerado de pessoas. Acelerou o passo e logo chegou ao local, afastou os curiosos para que pudesse passar. Ao olhar por cima dos ombros, viu uma mulher em posição desconfortável, com uma mão atrás das costas, grandes olhos abertos e sem vida e o pé sob a perna, próximo ao quadril. Tratou a cena com normalidade e preparou-se para examinar o ambiente, quando foi surpreendido pelo braço do policial, que possuía a intenção de impedir sua passagem.
-Identifique-se, por favor – falou-lhe o policial, automaticamente. Após isso o observou com atenção e soltou um breve riso, discreto e de canto da boca. Matt observou com cautela temperada a raiva.
-Sou o detetive do caso. – empurrou a mão do policial e passou, rapidamente sem dar brechas. De repente, sentiu em seu ombro a mão, que tentava o impedir. Puxou rapidamente uma ponta de fio solta em um dos vários bolsos do sobretudo, e lhe veio à mão o distintivo. Virou e o mostrou ao policial com desdém no rosto.
-Quero os documentos, agora.
-Meu distintivo basta. – virou as costas ao policial e se concentrou na cena do crime.
O policial ainda tentou contestar, mas as palavras fugiram-lhe a boca sem ele ao menos se dar conta.
Ao se aproximar o suficiente do corpo, Matt percebeu rapidamente que a mulher não fora assassinada ali no local. A posição das pernas era bastante improvável, e ela só cairia sem ao menos se mover um pouco caso tivesse os miolos completamente estourados. Mas não era suficiente só aquilo, então ele usou uma lanterna especial para identificar pólvora ou sangue. Caminhou ao redor do corpo e nada encontrou, então disse ao outro policial, que se encontrava a frente do corpo.
-Ela não foi morta aqui. Encontrou sinais de sangue no trajeto pra cá? – o policial consultou o ambiente ao redor da cena e a memória e não encontrou nada relevante.
-Não, senhor.
O detetive federal era um cargo muito respeitado na hierarquia social, porém, Matt não possuía a aparência de um, exceto pelo grande sobretudo e a inteligência acima do comum.
Matt endireitou o corpo, como se a moça estivesse dormindo de face para cima. Observou sua face, e viu que, por trás dos cabelos embaraçados era uma linda mulher. Estava sem a mão esquerda, que foi cortada sem nenhum sangramento. Provavelmente uma lâmina afiada e quente, que a amputou em somente um golpe. Ao redor do pescoço, hematomas em forma de dedos, indicando que ela foi estrangulada, mas certamente não foi a causa da morte. No meio do seu peito, havia um relativamente pequeno buraco de bala. Matt retirou do sobretudo um pesado ímã, e passou sobre o peito dela, porém não removeu nada. A bala foi estilhaçada no seu corpo, provavelmente uma bala caseira especial. Havia também carne sob as unhas e seu corpo estava cheio de hematomas, o que indica que houve briga. Pelo que sabia, a mulher foi morta entre 16:00 às 18:00. Seu batom estava borrado, como se tivesse sido beijada a força.
-Não há mais nada a ver por aqui. – Matt retirou um compacto bloco de notas de dentro do sobre tudo e começou a anotar – Mandem levar o corpo embora, procurem parentes e amigos que saibam algo sobre sua vida amorosa, e todos os que estiverem incluídos nela são suspeitos. De preferência, homens, mas investiguem as mulheres também.
-Não obedecemos suas ordens – disse o policial que o abordara anteriormente.
-Quer trabalhar em uma fábrica? Uma mina de carvão, talvez?
-Não. – falou de cabeça baixa.
-Então faça o que eu mando.
Matt guardou o bloco de notas em um dos vários bolsos e andou, no sentido oposto ao que veio. Nevava levemente, e o gelo derretia ao tocar seu rosto. A Ástey de Athenas era um lugar movimentado, mesmo às três da manhã. Naquele momento, estava na parte mais residencial, cheia de grandes prédios, e acima dele, canos de pintura dourada já desgastada transportavam gás de moradia em moradia. O ar, agora era mais denso do que antes, já que as fábricas voltavam a funcionar a todo o vapor essa hora. Era uma verdadeira cidade cosmopolita, aberta todas as horas do dia, e o perigo era mínimo. Certamente por esse fato que fora convidado a investigar o caso, era absolutamente incomum um assassinato naquele lugar.
Matt caminhou mais um pouco, pensativo, enquanto ouvia o som das pesadas engrenagens girando ao seu redor e os vapores da metrópole. Observava paredes desgastadas em negro e as pinturas escurecidas em muros outrora vazios. Chegou sem perceber até o hotel onde estava hospedado. Era hora do café da manhã.
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