O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

A criatura

Iniciado por Coringa, 13/05/2014 às 20:45

13/05/2014 às 20:45 Última edição: 13/05/2014 às 21:15 por Coringa
           Bom, essa ideia me veio após ler Frankenstein. Eu adoro esse tipo de romance que mistura horror junto, então pensei em criar alguma história relacionada. Esse é o primeiro capitulo pois pretendo criar outros quando eu tiver mais tempo. Enfim, não sou lá um grande escritor, mas eu gosto de escrever, então vou publicar essa história e talvez outras futuramente. Bom, aqui vai e espero que gostem! Boa leitura! Se alguém for ler, claro.

A criatura

 Capitulo 1 - Nasce o monstro
   Já estava tarde. Era mais ou menos uma hora da manhã e eu ainda estava naquele porão velho sentado em uma cadeira quase quebrada e lendo aqueles malditos cálculos que não pareciam dar certo nunca. Eu já trabalhava naquela coisa fazia uns dois anos e cada vez mais eu só pensava em terminar.
   Tudo começou uns tempos atrás quando me veio à cabeça, a tentativa de criar um robô para uma feira de ciências que estava na acontecendo próximo a minha casa e que eu realmente queria muito participar. Eu comecei a criar lentamente o robozinho que eu chamaria de Roberto. E nem adianta perguntar, na primeira tentativa ele simplesmente parecia Roberto e pronto. Já tinha desenvolvido pernas, mãos, braços e estava tudo pronto.
   Fui para a feira no dia 5 de setembro. Era naquele dia que eu iria saber se ia ganhar pelo melhor robô. O problema é que eu não ganhei. Fiquei entre os últimos e cara... Aquilo foi chato pra caramba. Você sabe o que é trabalhar dias por horas em um porão como aqueles e no final das contas não receber nenhum elogio sequer. Poxa. Fiquei deprimido.
   Passei dias na cama, pensando na minha derrota. Não queria comer nem beber nada. Sair então, nem pensar. E foi nesse constrangimento que eu fiquei triste. Após algum tempo isolado em meu escuro quarto, iluminado apenas por uma pequena brecha de luz que passava pela janela velha, decidi descer novamente para o porão, apenas para ver alguns documentos que eu fazia antes de ter perdido na feira. Foi enquanto eu estava no porão, já sentado na mesma velha cadeira que estou agora, que eu fiquei parado olhando olha fixamente para o nada. Quando voltei à minha consciência, percebi que estava olhando para o Roberto. E ele estava com um olhar morto de relance para mim. Eu parei para pensar um pouco e decidi que mesmo não tendo ganhado aquela maldita feira, eu iria montar um grande robô e que todos iriam me aplaudir de pé.
   Desde então, venho estudando constantemente, Ciências Naturais, Química e Física. Essas matérias tornaram-se minha vida. Era meu único pensamento. Estudar. Estudar para mostrar aos outros minha capacidade, de mostrar que mesmo no fundo do poço eu ainda posso escalar e chegar ao topo, mesmo sabendo que poderia não dar certo e que todos iriam zombar de mim. Eu lia frequentemente os livros da biblioteca municipal e fazia aulas particulares com o Prof. Roosevelt na universidade de Cambridge. E logo fiquei tão ardente por estudo, tão atencioso e esforçado que o dia amanhecia na pequena janela de meu porão e eu ainda estava ali, trabalhando naquilo.
   E continuei, fiz mais e mais pesquisas e estudos, alcancei grandes descobertas da química e melhorei instrumentos da mesma e isso foi me dando cada vez mais uma grande auto-estima e admiração do povo. Fiquei popular nas ruas, todos me olhavam com um belo olhar e eu já tinha até esquecido o incidente que haverá ocorrido comigo alguns meses atrás, na feira de ciências. Mas eu ainda não tinha me esquecido daquele robozinho bonitinho, o Roberto. Conheci melhor o significado de Fisiologia quanto de Anatomia e continuei frequentemente a trabalhar nele.
   Com os tempos, descobri que eu tinha uma capacidade de inteligência muito maior do que eu pensava ter e que em meio a muitos gênios da sociedade, estava eu me tornando um daqueles grandes homens e que iriam um dia ocupar seus nomes na história. Fiquei excitado e não parava mais nem para comer, tornou-se muito mais que a minha vida. E falando em vida, descobri que em meio aos gênios de me minha sociedade eu tinha em mãos uma habilidade em incrível. Descobri que eu mesmo sou capaz de criar a vida. Pode parecer loucura mas, com o tempo eu adquiri tal inteligência a ponto de fazer tal façanha.
   No entanto, eu meio que me questionava se era correto mostrar ao mundo a habilidade de criar vida a partir de matéria inanimada. Dar tal poder ao homem é o mesmo que dar tal poder ao diabo. Ninguém sabe do que este seria capaz de fazer e às vezes, confesso, tenho medo de que alguém um dia descubra e torne isso uma arma para matar assim como criaram as armas de fogos. Eu não queria ser motivo de guerra e foi pensando nisso que no final das contas, decidi não revelar nunca tal segredo, para evitar que futuramente isso se torne um problema e não uma solução para a sociedade.
   Fiquei por algumas semanas pensando como eu poderia aplicar e aonde eu iria aplicar tal poder. Eu iria criar a partir de agora uma vida. Uma vida não é coisa simples, meu caro. Cada um no mundo tem uma espécie de missão e vai contribuir para a sociedade tanto para o bem quanto para o mal. Dar vida a algo significa dar a essa coisa, uma missão. Uma missão que pode ser de inconcebível dificuldade. Pensei mais um pouco e decidi. Eu deduzi algumas coisas na minha cabeça e disse para mim mesmo "Eu vou criar um ser humano, um homem". Preparei-me psicologicamente, tranquei-me em meu porão, e comecei.
   Trabalhei durante meses, de forma ininterrupta a ponto de ficar emaciado e pálido de tal forma que parecia anêmico. O confinamento me tornou tão fino quanto poderia ser um palito de dente e fraco como poderia ser um... Nem sei o que poderia mais fraco que eu naquele estado.  Falhei muito e nisso foram-se invernos e verões, outonos e primaveras. Também me esqueci de meus familiares, fazia já um ano e meio que eu nunca tinha escrito para eles e nem olhado minha caixa de correio para saber se eles estão bem. Eu até pensei em ir lá, mas no nível em que estava eu não queria mais saber de nada, alem de continuar aquele maravilhoso trabalho.
   Só com o tempo mesmo que eu iria descobrir que nada no mundo deve substituir o afeto que vocês têm com as pessoas que você ama. Hoje eu perdi tudo e a única coisa que eu ainda tenho é o Roberto e que eu trabalho constantemente. Já perdi meus pais num acidente recente de carro e nem pude falar com eles. Fiquei tão triste e deprimido quanto na vez que eu perdi a feira. Mas agora eu tinha que continuar, não podia mais parar porque aquilo era única coisa que eu tinha agora. Agora eu estava assustado, não falava mais com as pessoas e o canto de um pássaro me assustava. Nem mais aquela brecha de luz que eu sempre deixava passar estava mais comigo. Somente uma vela iluminava o que era agora minha casa. E eu continuei...
   Era cerca de duas horas da manhã de uma lúgubre noite de cinco de setembro de 1971, (que por coincidência era o quarto ano posterior a feira de ciências que eu havia perdido) quando eu finalmente terminei meu trabalho. Estava tão cansado que nem pude ver o resultado e simplesmente desmaiei. Acordei assustado, levantei minha coluna para frente num pulo de medo e quanto olhei para trás lá estava ele. Era um ser tétrico, cabelos pretos e ondulados e uma pele meio esverdeada. Tinha olhos tão negros quanto à própria escuridão e olhava fixamente para mim como se quisesse acabar com a minha raça. Sua face me dava medo e os maxilares do desgraçado se abriam em um sorriso maios torto que seus braços. Ele fez um movimento com os braços e nesse momento eu corri para um quarto separado que havia no outro cômodo. Tinha uma sala secreta naquele lugar, entrei e tranquei-me ali, desesperado.
   Como era medonha aquela criatura. Fisionomia mais feia que o próprio demônio. Eu mesmo tinha criado e o  achava horrendo quando ainda nem tinha vida, mais depois que eu o vi se movimentando senti uma dor na minha espinha dorsal e um sentimento de angústia que doía lá na alma. Eu nem sabia com descrever melhor aquela coisa. E foi então que eu fiquei escondido naquele quarto que nem iluminação tinha me tremendo todo.
   Eu tinha perdido tudo, minha família, meus amigos, minha vida e tudo aquilo com eu tinha sonhado em um dia fazer apenas por puro conhecimento tornaram-se agora muito mais do que um simples pesadelo que você tem quando tudo dado errado. Eu estava no inferno.
   
[close]
"Já reparou como as pessoas ficam legais quando precisam de você?"

Olha eu não sou redator nem nada do gênero, mas para mim ficou bom...
só que claro, não li tudo, é um pouquinho grande. No mais parabéns ae :blink:
Prazer, Terror dos Modinha

14/05/2014 às 11:12 #2 Última edição: 14/05/2014 às 11:28 por RuanCarlsyo
Gostei bastante da sua ideia. A incrementação do garoto na feira de ciências e tudo o mais também ficaram boas, dando um toque mais pessoal. E eu, pessoalmente, também gosto bastante do dilema entre criador e criatura que esse tipo de história pode levar. Mas vamos ao que eu não curti muito.

Não sei se escrevo muito bem também, rs, mas que eu escrevo, isso é fato. E geralmente costumo fazer um esboço antes disso. Ou pelo menos uma revisão depois. E isso deve ter faltado aí, pois acho que seu texto ficou bastante fraco estruturalmente: você quis fazer uma história mais lenta de romance em algumas partes com o ritmo mais rápido de um conto em outras, e permaneceu em uma espécie de corda bamba. A introdução de novos rumos e alavancas narrativas como o isolamento social e o avanço da inteligência do protagonista me pareceram muito artificiais e rápidos. Como se você tivesse tentado escrever essas partes mais rápido para poder começar a escrever logo o que realmente acha que seria divertido. Falando nisso, acho que posso perceber as partes que você se divertiu mais em escrever (e, portando, ficaram melhor desenvolvidas), como a feira e o robô ganhando vida na frente dele. Mas quando ele descobre como criar vida à partir do laboratório, a impressão que tive foi como se ele tivesse ganhado na loteria. De uma hora para outra. Para ser mais sincero, o tema foi tratado com tanta naturalidade que ganhar na loteria talvez tivesse sido mais surpreendente.

Acho também que até agora você não inovou muito com relação à história original. Trabalhe nisso, que é, na minha opinião, o essencial. A sua inovação dentro de um clássico, aquele papo de um novo olhar pra uma história velha.

E voltando ao tema de estrutura, isso fica alarmante quando conversa diretamente com o leitor em "Uma vida não é coisa simples, meu caro". Se eu fosse você, aceitaria a história como conto mesmo. Pode ser um longo, claro, acho que escreveria isso em várias páginas. E, como um conto, ACHO  que seria mais eficaz aceitar a história como um diálogo mesmo. Imaginaria ele em uma longa conversa no tribunal, ou conversando com alguém na cadeia, ou em um cemitério (já imaginando um final trágico, pela história ser de horror).

Nossa, escrevi bastante coisa. Acho que é porque gostei bastante disso. Melhora, cara, que você é bom. Gostei muito de algumas descrições e adjetivos mais formais e cultos que você usou em algumas partes, deu um estilo legal em momentos que eu não esperava uma dedicação maior à nossa língua. Só "armas de fogos" que ficou bastante feioso, mas o resto da sua gramática não teve muitos erros. 
Boa sorte!

Citação de: Makers online 13/05/2014 às 21:47
Olha eu não sou redator nem nada do gênero, mas para mim ficou bom...
só que claro, não li tudo, é um pouquinho grande. No mais parabéns ae :blink:


         Primeiramente valeu por ter lido pelo menos uma parte. Eu realmente não esperava que fosse ficar tão grande e, pra falar a verdade, pra mim ficou pequeno  :'-': Mas enfim, obrigado pelo feedback, cara.  :XD:

Citação de: RuanCarlsyo online 14/05/2014 às 11:12
Gostei bastante da sua ideia. A incrementação do garoto na feira de ciências e tudo o mais também ficaram boas, dando um toque mais pessoal. E eu, pessoalmente, também gosto bastante do dilema entre criador e criatura que esse tipo de história pode levar. Mas vamos ao que eu não curti muito.

Não sei se escrevo muito bem também, rs, mas que eu escrevo, isso é fato. E geralmente costumo fazer um esboço antes disso. Ou pelo menos uma revisão depois. E isso deve ter faltado aí, pois acho que seu texto ficou bastante fraco estruturalmente: você quis fazer uma história mais lenta de romance em algumas partes com o ritmo mais rápido de um conto em outras, e permaneceu em uma espécie de corda bamba. A introdução de novos rumos e alavancas narrativas como o isolamento social e o avanço da inteligência do protagonista me pareceram muito artificiais e rápidos. Como se você tivesse tentado escrever essas partes mais rápido para poder começar a escrever logo o que realmente acha que seria divertido. Falando nisso, acho que posso perceber as partes que você se divertiu mais em escrever (e, portando, ficaram melhor desenvolvidas), como a feira e o robô ganhando vida na frente dele. Mas quando ele descobre como criar vida à partir do laboratório, a impressão que tive foi como se ele tivesse ganhado na loteria. De uma hora para outra. Para ser mais sincero, o tema foi tratado com tanta naturalidade que ganhar na loteria talvez tivesse sido mais surpreendente.

Acho também que até agora você não inovou muito com relação à história original. Trabalhe nisso, que é, na minha opinião, o essencial. A sua inovação dentro de um clássico, aquele papo de um novo olhar pra uma história velha.

E voltando ao tema de estrutura, isso fica alarmante quando conversa diretamente com o leitor em "Uma vida não é coisa simples, meu caro". Se eu fosse você, aceitaria a história como conto mesmo. Pode ser um longo, claro, acho que escreveria isso em várias páginas. E, como um conto, ACHO  que seria mais eficaz aceitar a história como um diálogo mesmo. Imaginaria ele em uma longa conversa no tribunal, ou conversando com alguém na cadeia, ou em um cemitério (já imaginando um final trágico, pela história ser de horror).

Nossa, escrevi bastante coisa. Acho que é porque gostei bastante disso. Melhora, cara, que você é bom. Gostei muito de algumas descrições e adjetivos mais formais e cultos que você usou em algumas partes, deu um estilo legal em momentos que eu não esperava uma dedicação maior à nossa língua. Só "armas de fogos" que ficou bastante feioso, mas o resto da sua gramática não teve muitos erros. 
Boa sorte!

              Antes de tudo, eu realmente queria dizer que fiquei feliz por você ter feito essa crítica, até citou algumas partes do texto, o que significa que você realmente leu  :D Então cara, eu até ia revisar antes de postar, mas bateu aquela preguiça e nem liguei pra isso, não achei que fosse sério. No momento eu até pensei que isso poderia me resultar em algo ruim e acabou sendo mesmo.
              Ta aí dois pontos bacanas que você abordou. Eu reli o texto e percebi que essas coisas aconteceram em um ou dois parágrafos. E você enxergou bem o meu lado mesmo, eu realmente 'pulei' ou acabei falando rapidamente só para chegar na parte mais legal. Em relação aos acontecimentos terem acontecido rápido demais, eu vou tentar consertar. Vou reler, revisar e reescrever e depois posto aqui para você ver o que achou.
              Essa parte de inovar eu até tentei, mas parece que eu não consegui. Eu pretendo tentar tirar um pouco o romance e adicionar algo mais sombrio, sei lá, talvez fique legal.
              Me lembro de ter visto esse tipo de conversa direta com o leitor em algum livro por aí que eu não me recordo o nome bem agora, então achei que ficaria legal, ficou ruim? Já que você acha vou tentar rever essa parte para você ver como fica sem, mesmo que dê em várias páginas.

              Enfim, obrigado a todos e mais ainda a você Ruan, que dedicou seu tempo livre para ler esse humilde texto e contribuir bastante para ele. Achei legal da sua parte citar os erros e falar com sinceridade o que não gostou, isso vai ajudar e bastante. Vou refazer o texto e quando estiver pronto eu coloco ele aqui denovo. Valeu!  :XD:
"Já reparou como as pessoas ficam legais quando precisam de você?"