O rapaz bafento

[Dark4000]

Um texto aleatório que escrevi agora. Avaliem pfv :v

Era só mais um dia normal de trabalho. Eu entrei no ônibus cheio e me segurei o mais perto da saída possível, enquanto tentava lidar com a várias pessoas que se espremiam no ônibus, apesar de ter menos do que o usual. E principalmente: Tentava lidar com a pessoa que bafejava no meu nariz. Um rapaz negro de pequeno porte e cabeça raspada e olhos escuros. Ele estava com um bafo horrível e eu não conseguia evitar fazer uma expressão de nojo e tentar desviar o rosto. O garoto pareceu notar que a culpa era dele e começou a falar comigo e disse algo que eu não entendi.
- Sinto muito, você falou comigo?! - perguntei falando razoavelmente alto para ele pudesse me escutar apesar do barulho do ônibus, do funk e das pessoas em volta
- Eu perguntei se estou incomodando!
- Ah.. Não, não, não é nada. - falei mantendo o mesmo tom sempre e nunca com o rosto virado para ele
- Deixa eu adivinhar.. - continuou o rapaz - É por que eu sou negro, não é?! Seu preconceituoso de merda, que nem tenta esconder o seu desgosto!
- O quê?! Eu disse que você NÃO está incomodando.
- Então por que está virando o rosto?!
- Por que fica difícil de respirar com outro respirando na minha cara.
- Mentira! Dificuldade de respiração não faz com que ninguém faça cara de desgosto! Racista!
- Eu não sou racista!
A esse ponto, todos do ônibus já tinham calado a boca para ver o perrengue. Mas o funk continuou.
- Então explique a sua cara de desgosto!
- Esse ônibus tá fedendo!
- Tá chamando os negros de macacos fedidos?
- Pare de por palavras que eu não disse em minha boca!
- Então você realmente acha que os negros são uns macacos fedidos?
- Eu nunca disse isso!
- Então o que você disse?
- Que este ônibus tá fedendo!
- Se você está virando o rosto pro outro lado, quer dizer o cheiro vem de mim. Logo está me chamando de fedido!
Eu explodi
- Eu nunca disse isso! É que o seu bafo tá uma merda!
O rapaz ficou em silencio. Colocou a mão em frente a própria boca e bafejou. Fez uma cara de nojo e colocou um chiclete na boca. Antes que pudesse fingir que nada havia acontecido, o cobrador veio e nos expulsou do ônibus. Tive que ir pro trabalho a pé.