Santo Ogum - Coluna

[Lotmaker]

                  A necessidade de viver de forma harmoniosa, respeitando a pluralidade, é algo relativamente novo. Os direitos plenos e homogêneos tanto para negros quanto para mulheres, no Brasil, são de um âmbito de menos de um século, e com isso as adversidades muitas vezes são suscetíveis ao entretenimento barato.
                  O humor e os direitos humanos estão divididos por uma linha tênue cujas delimitações não podem ser vistas ao olho nú. Entretanto o humor ofensivo, o "humor negro", é apenas um reflexo da população, que escolhe de forma pouco criteriosa os programas que dará sua valiosa audiência, perpetuando estes programas na televisão.
                  Em um país cujas raízes eurocêntricas estão atrelaçadas por mais de dois séculos é natural que o termo "preto" seja interpretado de forma racista por uma minoria branca, porém, na antemão tal minoria não percebe, de forma hipócrita, que não existe preconceito maior que interpretar tal termo como um jeito do cidadão afro-descendente se sentir menosprezado, ter sua etnia rebaixada.
                  A consciência brasileira deverá de fato mudar quando o Goverdo Federal, junto com as escolas e a própria família instigarem nas futuras gerações o senso de civismo e principalmente de equidade. Além disso pode-se inferir que a geração atual e a passada desenvolverão suas formas de pensar com políticas de inclusão em redes públicas de ensino e no mercado de trabalho, não só para negros e mulheres mas também para deficientes físicos e mentais.