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Funk: a sua opinião!

Iniciado por VincentVII, 23/11/2013 às 12:31

23/11/2013 às 21:15 #30 Última edição: 23/11/2013 às 21:42 por Allann Dsr!
Eu não li todas as respostas, somente a 1º resposta do Kyo, e uma parte de algumas, mas é o que eu sempre tento dizer. Esse funk que toca ai no video, não é o funk, e sim o funk carioca.

Mas ai muitos iram dizer: Mas esse tipo de funk toca em São Paulo também !
É claro que tocaria, pois não se limitaria só no Rio de Janeiro.

Sobre o nível onde o funk chegou, antigamente era melhor, e tem ALGUNS hoje em dia que prestam.

E, esse ladainha de que funk nunca foi música, desculpem a expressão, mas é uma merda, que pessoas que tentam se mostrar cultas, ficam dizendo para todo mundo olharem para elas, achando que são diferente da sociedades. Pois você falar que gosta de funk, hoje em dia se tornou um tabu. Concordo que o nível caiu sim, mas também concordo com o que o Kyo disse, em seu primeiro cometário: Não se pode condenar um gênero musical, pelos seus músicos.

E não. Eu não estou sendo agressivo :ok:

Acho que a palavra ''lixo'' é um pouco pesada.
Mas como alguém ai falou,tem seus altos e baixos  :XD:

Minha opnião sobre o funk:
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Eu pretendia dizer que me incomodo sempre que vejo tópicos de discussões Off criados no fórum (que andam surgindo com frequência), mas nesse caso acho válido como um assunto pra se conversar, principalmente porque pode ser um meio de dar uma olhada em pontos de vista diferentes e tentar mudar sua opinião. Eu estou do lado do Moonlight, e minha opinião a respeito do famigerado Funk Carioca foi mudando pouco a pouco conforme tentei compreender algumas coisas (como discussões com o Ramon, do blog que o Moon linkou).

Acho inútil perder tempo argumentando num tópico de debate quando a minoria está disposta a ser flexível e muito menos quando sequer se preocupam em ler argumentações dos posts anteriores (a maioria tá fazendo isso, só posta dizendo o que acha que taca um foda-se pra opinião contrária), mas vou tentar resumir o que eu acho principalmente porque a opinião contrária aqui parece ser minoria.

Sobre Funk como forma cultural
Eu concordo que o Funk carioca é sim cultura, mas não concordo que ele separa níveis na sociedade e sim o contrário. Ele é um reflexo da divisão de certos níveis sociais, ele existe na sua forma e em sua essência porque espelha uma realidade que faz parte da vida das pessoas que vivem naquele nicho.

Dizer que é uma influência e não um resultado vale não só pra Funk carioca, vale também pra Rap, Rock, Country, Metal, Samba, Bossa Nova, enfim, qualquer coisa. Não vou discordar que influência existe justamente porque é uma forma de comunicação, e esse é o propósito. E isso é outro ponto a favor pra considerar o valor cultural disso: se cativa pessoas fora desse nicho e se dissemina por outras camadas sociais, é uma forma de comunicação extremamente válida e até boa. Simplificando: mostra que não precisa ser pobre e favelado pra poder se identificar ou gostar de um funk. Música se trata disso também.

Sobre a qualidade e tema

É óbvio que existe teoria musical, que existe composição, que existe toda a matemática por trás de música clássica. Eu acredito que é algo que se pode ser usado pra considerar aspectos de qualidade técnicos de uma música, mas a realidade é que a música não precisa ser tecnicamente perfeita pra poder agradar um público, sendo que o que importa é também a conexão que ela cria, a mensagem que passa e como se comunica. Atualmente acho muito difícil que um hit pop norte-americano carregue tanta qualidade e valores técnicos assim, então não acho que dá pra se colocar em pauta quando o assunto é "música boa e música ruim", aí é algo que fica subjetivo e cabe a você decidir se é bom ou ruim pra você, sua opinião e seu direito de tê-la.

Sobre a abordagem dos temas do funk, como já dito, é um reflexo social. O Funk carioca surgiu no meio das favelas, que não preciso nem explicar como é que funcionam no geral. Todo mundo conhece os filmes nacionais "apelativos" que retratam essas coisas. Sexo (funk de putaria), Marginalidade (funk de bandidagem) e os anseios de se destacar como alguém de mais valor em sua comunidade (funk de ostentação) são claramente espelhos da sociedade de onde surgiram. Isso é lógico pra qualquer gênero musical e forma de expressão, basta tentar compreender. Indo por outro extremo: Bossa Nova, garota de Ipanema. Nada maisé do que uma música sobre um tio de classe média alta de meia idade curtindo sua praia e vendo uma gostosa passando na praia, também no Rio de Janeiro. É um reflexo de uma realidade, tanto quanto o funk é o reflexo de outra.

Sobre o fato de que qualquer um faz o seu funk porcaria pra aparecer, pare pra refletir um pouco a respeito. Eu parei e devo dizer que achei fascinante, mas provavelmente não vou conseguir explicar exatamente porque. Digamos que no RPG Maker você admira muito uma pessoa que fez um jogo e quer fazer seu jogo igual. Se a pessoa na qual você se inspira é experiente e você é um noob, provavelmente vai fazer um jogo péssimo e grosseiro, mas um ou outro vai aparecer pra se identificar e curtir porque, apesar de ser ruim, o criador botou um pouco de si naquilo e expressou algo na sua visão, da sua forma, algo que alguém pode acabar se identificando. É bem por aí, acho que esse é o melhor exemplo que posso dar.

Enfim...

Falei que ia resumir, acho que eu menti. Até separei por tópicos pra ficar mais fácil de ler pra quem tá interessado, mas enfim...

Acho que ninguém precisa gostar de funk. Eu não gosto de funk, também não gosto de funkeiro invasivo ouvindo suas músicas inapropriadas em público. Mas não gosto disso tanto quanto não gosto de pessoas com a mesma atitude, e não é caráter necessariamente definido pelo seu tipo musical, de onde você veio, seu sexo ou sua cor. Embora não goste, aprendi a reconhecer que tem o seu valor cultural na sociedade, que tem sentido e que é tão válido e poético quanto qualquer outro movimento musical ou social. Also, vale mencionar que você não gostar muito provavelmente é atribuido a um certo choque de realidades por falar de algo muito diferente dos seus padrões. Admito que é um dos motivos pelo quais eu nunca gostei de filmes nacionais a respeito de favela e marginalidade: pra mim era algo terrível e totalmente fora do que deveria ser o padrão de uma sociedade melhor, que deveria ser como a realidade em que vivo.

Eu sinceramente aconselho que tente se refletir a respeito e entender esses pontos. Não preciso nem repetir a coisa dos movimentos "Sexo, Drogas e Rock'n Roll", ou como o Rap era marginalizado durante sua ascendência ou até como Blues era considerado música de "animal" pra sociedade branca em seus primórdios nos EUA.

Enfim, é isso aí. Espero que quem realmente esteja interessado no assunto possa ler opiniões contrárias como a minha e pelo menos refletir um pouco a respeito - não mata ninguém reconhecer quando você limita demais o seu raciocínio a respeito de um assunto. E entender e aceitar não precisam ser a mesma coisa que gostar.

Fui \o

Só revivi minha conta pra agradecer ao Moon pela "referência bibliográfica" e dizer que o Cronus rulou com a resposta acima. É basicamente isso aí, com destaque para esse trecho que pessoalmente já me cansei de repetir:

"Eu sinceramente aconselho que tente se refletir a respeito e entender esses pontos. Não preciso nem repetir a coisa dos movimentos 'Sexo, Drogas e Rock'n Roll', ou como o Rap era marginalizado durante sua ascendência ou até como Blues era considerado música de 'animal' pra sociedade branca em seus primórdios nos EUA."

Sem contar que, né. Kurt Cobain com uma arma é arte; MC Daleste com uma arma é bandido safado. Proponho um experimento que eu mesmo fiz há algum tempo atrás (para quem está levando esta discussão a sério): escute algumas músicas de funk carioca em um volume baixo, com fones de ouvido. Não, sério. Vocês vão parar com esse conceito de "não tem letra" (o que já é algo absurdo, pois a música erudita também não possui letras e nem por isso sofre com discussões toscas) ao prestar mais atenção nas canções. Verão que, como o Cronus falou, é possível inclusive dividir o funk carioca em várias subvertentes que abordam temas diferentes. Funk da ostentação fala sobre desejos materiais, funk proibidão fala sobre sexo, pop-funk (como a Anitta) possui letras mais suaves e por aí vai. Por sinal, é impossível não ouvir as músicas da MC Ludmilla e visualizar o dia-a-dia de uma adolescente comum que está no ensino médio - e olha, que coincidência, é exatamente essa a realidade da cantora, que está sendo retratada em forma de música.

See Ya.

PS.: TIME FOR SOME RESPECT!
"I used to be a maker like you, but then I took an arrow in the knee."

Cara, funk pra mim é um.... LIXO! :aiaiai:
Podem dizer que eu estou exagerando, mas cada um com seus gostos...
Conforme os anos passam, as coisas não se encaixam mais com a gente.

 Passei um dia inteiro praticamente ouvindo funk, e estou falando sério. Não liguei pra nomes, artistas e etc, simplesmente procurei alguns 'packs' na internet, baixei e coloquei no MP3. Agora minhas opiniões a respeito:

Alguns eram até legais de ouvir, não tinha tanta asneira na letra e até acabavam sendo engraçados olhando por um lado, entretanto sou obrigado a dizer que 80% do que ouvi era o(assim como estão chamando aqui no tópico) 'baixo funk'. Não discordo em relação as comparações com rock e etc pois ambos tiveram seus momentos porem ainda sim não acredito que as coisas tenham sido tão ruins quanto ao que acontece com o funk. Não sou velho nem nada pra ter vivido e ainda lembrar o que houve nessa época do rock e nunca cheguei a ter tanto contato com o RAP.

Motivo? Apesar de ter seus casos eu dificilmente me encontrava na rua ouvindo alguém passando de carro ouvindo isso no volume máximo, nem mesmo nas casas. Já cheguei a viver em um bairro onde tinham vários vizinhos roqueiros e os caras ouviam a música em um volume satisfatório, sabe? Acredito que eu não teria problema algum com o funk se essa galera agisse da mesma forma, coisa que acredito que não vá acontecer.

Nesses momentos que lembro no que a galera geralmente posta no facebook... 'Se não gosta, respeita!'. Mas eu acho até engraçado pois muitas vezes estou em casa estudando, terminando um projeto pra empresa enquanto assisto TV, e então do nada um vizinho sai com o carro, deixa no meio da calçada, abre o porta-malas e deixa tocando funk no volume máximo. E se for reclamar? 'Liberdade' é uma das respostas que dão.

Mas de qualquer forma, que a música seja boa ou ruim, ninguém é obrigado a ouvir a mesma coisa que você. Se formos falar da questão do 'respeito', acredito que ambos lados mereçam e não apenas o lado criticado. Afinal, será que seria necessário exigir respeito caso a pessoa restringisse a música apenas a si própria?

É isso, abraços!
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Citação de: King Fire online 24/11/2013 às 17:24
Cara, funk pra mim é um.... LIXO! :aiaiai:
Podem dizer que eu estou exagerando, mas cada um com seus gostos...
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~Last Job~

A questão dos caras que ouvem isso em carros de som é um complicador do nosso tempo. Hoje em dia essas coisas são mais fáceis de fazer e temos uma cultura que é cada vez mais ligada à ostentação e à autopropaganda. Se faz de tudo para chamar a atenção (Facebook que o dia). Quando o funk virar só um gênero a mais, se as coisas não estiverem muito diferentes, o próximo "gênero de revoltado" vai fazer algo parecido.
Não estou defendendo essa atitude, entenda. Discordo de quem faz isso e também fico irritado, até porque já rolou até baile funk (for real) na frente da minha casa de madrugada, mas não sei se você pode culpar o gênero por isso. Muita gente faz coisa parecida usando techno e esse tipo de "inferninho" era normal nos anos 80-90, pelo que dizem meus pais.

Eu realmente estou ficando muito babaca... ou muito velho. Você decide.